"Isso é muito importante, porque era um dos objetivos deste contacto, era não ser apenas haver a compra de posições em empresas portuguesas, maiores ou menores, era instalar novas entidades produtivas. Sentiu-se que havia uma apetência, uma vontade de fazer isso. Isso é muito bom", acrescentou.
Marcelo Rebelo de Sousa falava aos jornalistas durante uma visita à Cidade Proibida, em Pequim, sobre o jantar que teve no sábado com altos dirigentes dos principais grupos chineses com investimentos em Portugal, entre os quais China Three Gorges, State Grid, Fosun, Haitong.
"Eu desafiei cada qual a dizer como é que via a situação e que projetos tinha para o futuro. E todos falaram à vontade em frente de todos. Isto normalmente no mundo dos negócios não é habitual, que é dizer: olhe, eu tenho este projeto, eu tenciono fazer isto, eu estou a fazer aquilo. E havia algumas ideias", relatou.
Segundo o chefe de Estado, "o juízo unânime" dos altos dirigentes de grupos chineses foi "muito positivo sobre a experiência em Portugal" e não houve queixas.
"De uma maneira geral, pensam que a economia portuguesa soube ultrapassar a fase crítica e entrar numa velocidade de cruzeiro que é importante para investidores. Por outro lado, estão muito empenhados em manter a sua presença e alargá-la a terceiros países. Quer dizer, em conjunto com Portugal estar presentes em países de língua oficial portuguesa", referiu.
Portugal é visto como "plataforma para a presença conjunta noutras economias", prosseguiu, dizendo que essa foi uma mensagem ouvida "da parte de todos".
A lista de participantes neste encontro incluiu também dirigentes ao mais alto nível da empresa chinesa do setor da água Beijing Enterprises Water Group, do grupo agroalimentar COFCO e da Sociedade de Turismo e Diversões de Macau (STDM), fundada por Stanley Ho, do Banco da China, da empresa de construção CSCEC e da Tianjin EV Energies.
O Presidente da República adiantou que não se falou sobre o Porto de Sines, referindo que em relação a essa infraestrutura "há de haver a definição das regras de abertura de concurso, e a abertura a todos os que quiserem, de todo o mundo concorrer", como "o Governo tem dito várias vezes".
"Portanto, não há nenhuma a abertura de concurso com fotografia a dizer: queremos o A, o B ou o C. Concorrem e o que tiver melhores condições ganha", acrescentou.
Interrogado sobre a possibilidade de ser instalada em Portugal uma fábrica de mobilidade elétrica, respondeu: "Vamos ver o que é que se concretiza e como se concretiza".
Marcelo Rebelo de Sousa chegou na sexta-feira à República Popular da China, para participar no fórum "Faixa e Rota", iniciativa chinesa de investimento em infraestruturas da Ásia à Europa, em que interveio no sábado, em Pequim, e depois para uma visita de Estado, entre segunda e quarta-feira, que termina em Macau.
*Por Inês Escobar de Lima/Lusa
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