A intervenção deverá arrancar "no início de 2018" e ficar concluída até outubro de 2019, enquadrando-se na Operação Mosteiros a Norte, que, promovida pela respetiva Direção Regional de Cultura, tem cofinanciamento do quadro comunitário Norte 2020.
"Estas obras integram um projeto de intervenção muito mais vasto que ainda está a ser definido, mas, para já, contemplam os trabalhos necessários para melhorar as condições em que o mosteiro acolhe os seus visitantes", declarou à Lusa a presidente da Câmara Municipal de Arouca, distrito de Aveiro.
"O objetivo é atualizar e dignificar espaços como a entrada e a receção do Mosteiro, cujas condições estão neste momento desatualizadas e obsoletas, muito aquém do que seria de esperar de um edifício que é tão importante para a cultura e a identidade de Arouca, e que, dentro do seu género, também foi dos mais relevantes na história da Península Ibérica", realçou Margarida Belém.
Novas instalações sanitárias, elevador, dispositivos para cidadãos com mobilidade reduzida, bengaleiro e loja própria são outras das beneficiações anunciadas para o imóvel, cujo Museu de Arte Sacra também é apontado por Margarida Belém como "um dos melhores do país".
A caixilharia das janelas e do chamado coro-alto da igreja do mosteiro será igualmente substituída, dado que o seu mau estado prejudica a sustentabilidade térmica e ambiental dessa área do edifício.
Parte do orçamento para requalificação do Mosteiro de Arouca será ainda aplicada em novos conteúdos de comunicação, no que se prevê a instalação de sinalética interna adequada e a criação de um espaço museológico para exposição de peças medievais e consulta multimédia de conteúdos interpretativos sobre o imóvel.
Já a intervenção ao nível dos conteúdos expositivos do Mosteiro, verificar-se-á, contudo, numa fase posterior, depois de consultadas as várias entidades envolvidas na gestão do edifício e das suas diferentes valências - como é caso da Real Irmandade da Rainha Santa Mafalda.
"Estamos a trabalhar num novo modelo de gestão partilhada", revelou Margarida Belém. "Depois de o definirmos, a segunda etapa será definir para o Mosteiro uma narrativa nova, mais apelativa, que realce melhor a sua importância para Arouca, para a região, para o país e até para a Europa, dada a sua influência na Península Ibérica", antecipou.
Quanto à intenção de adaptar a ala sul do edifício para funcionamento como pousada, a presidente da Câmara assume que há promotores imobiliários disponíveis para o efeito, mas afirma que "ainda há muito trabalho a fazer antes que isso se concretize".
"Só depois de definido o respetivo caderno de encargos é que as pessoas poderão verdadeiramente avaliar o que esse projeto implicará", concluiu.
Comentários