Segundo um comunicado do conselho de administração, o MPS anunciou o fracasso do aumento de capital e agradeceu a “todos os empregados o grande esforço realizado ao serviço do banco e dos clientes, neste delicado momento da história da entidade”.
Nas próximas horas o governo italiano deve reunir-se, em conselho de ministros, para aprovar um decreto que permita a intervenção do Estado nos bancos em apuros, entre os quais a entidade sedeada em Siena.
O banco explicou que “não se registaram manifestações de interesse por parte de um ‘investidor chave’ disponível a efetuar um investimento relevante” no MPS.
Esta circunstância, segundo a nota, “influiu negativamente nas decisões de investimento dos investidores institucionais, o que limitou significativamente as adesões à oferta”.
O aumento de capital inscreve-se no plano de recuperação da entidade financeira, que acumula uma avultada carteira de crédito malparado.
O fracasso do aumento de capital abre a porta a uma intervenção do governo, que recebeu do parlamento a autorização para se endividar, com o objetivo de criar um fundo de 20 mil milhões de euros, para ajudar as entidades em apuros que assim o requeiram.
Uma das hipóteses é a de o Ministério da Economia e Finanças aumentar a sua participação no MPS, passando de 4,0% para acionista maioritário, pelo menos durante algum tempo.
Desta forma, o governo pretende estabilizar o terceiro banco italiano, por ativos, de um sistema que acumula créditos malparados de 360 mil milhões de euros, dos quais 200 mil milhões de cobrança altamente improvável, segundo um relatório de julho do Ministério da Economia.
O banco de Siena divulgou na quarta-feira um documento que atualiza a sua situação de liquidez, em que explica que, se não conseguisse o aumento de capital, entraria em terreno negativo dentro de quatro meses, e não em 11, como comunicara no passado dia 16.
Em concreto, alertou que no quinto mês a sua situação líquida negativa seria de 15 milhões de euros, montante que no 12.º mês poderia atingir os 740 milhões.
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