“Quando se trata dos direitos dos trabalhadores, [o PS] encosta-se à direita”, afirmou Jerónimo de Sousa na Covilhã, distrito de Castelo Branco, onde participou na sessão subordinada ao tema “Valorizar o trabalho e os trabalhadores – Mais força ao PCP”.
Apesar de ter registado “os avanços” que foram dados nesta legislatura, Jerónimo de Sousa não poupou críticas ao PS, nomeadamente no que concerne à legislação laboral, tendo mesmo referido que, nessa matéria, o PS não é um partido de esquerda.
“A questão dos direitos dos trabalhadores sempre foi e continua a ser uma zona de fronteira entre a esquerda e a direita e, nesta matéria, podemos dizer que o PS não é de esquerda porque vota com o PSD e com o CDS. Vota com a direita para contrariar aquilo que são direitos fundamentais dos trabalhadores”, reiterou.
Uma posição que fundamentou com o acordo celebrado entre “os patrões e a UGT” para a revisão da lei laboral e que foi aprovada na generalidade com a convergência de PS, PSD e CDS-PP.
“Não desistimos de continuar a dar força à luta, que é preciso continuar e ampliar, do combate à precariedade dos setores privado e público, pela revogação das normas gravosas da legislação laboral, introduzidas pelos governos anteriores do PSD/CDS e [agora] pelo PS”, prometeu.
Não obstante, ao longo da intervenção, Jerónimo de Sousa também referiu, por mais do que uma vez, que “valeu a pena” estar ao lado do PS nesta legislatura, em nome da defesa dos interesses e direitos do povo.
“Não é que nós esqueçamos a matriz ideológica do PS, o que tem sido a política dos governos do PS. Não esquecemos não, nem os trabalhadores esquecem. É verdade, mas a solução alternativa era o PSD e o CDS continuarem por mais quatro anos para acabarem com o resto, continuarem o ataque aos direitos interesses dos trabalhadores e do povo. Fizemos bem em tomar a iniciativa”, declarou.
Jerónimo de Sousa também deixou o desafio para que se pense onde estaria o país agora caso tal não tivesse sido feito e enumerou algumas das conquistas obtidas na legislatura, nomeadamente aquelas que já estão inscritas na proposta de Orçamento do Estado para 2019.
Por outro lado, apontou as várias propostas que o PCP apresentou para discussão na especialidade — e que espera ver aprovadas – nas mais diversas áreas, desde a fiscalidade à educação, passando pela ciência, cultura e educação, saúde e transportes ou energia.
Em jeito de balanço, o secretário-geral comunista adiantou que os últimos três anos provaram que “Portugal não está condenado a um caminho de liquidação de direitos ou agravamento das condições de vida”, mas defendeu que é preciso ir mais longe e reiterou as críticas ao PS.
“Também está à vista que pôr o país a avançar a sério [e] dar solução aos problemas acumulados por anos e anos de política de direita não se faz com o Governo do PS, nem com a sua atual política, amarrado às opções nucleares da política de direita”, acrescentou.
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