"Tudo quanto se conhece desta venda só pode levar a concluir que tem custos presentes e futuros. Esta é uma má decisão", disse o líder comunista no encerramento do 11.º Congresso da JCP, no Fórum Luísa Todi, em Setúbal.

Num discurso perante centenas de jovens da JCP de todo o país, Jerónimo de Sousa lembrou que os jovens portugueses têm sido fortemente penalizados pelas políticas laborais dos últimos anos, lembrando o relatório da Organização Internacional do Trabalho sobre os salários, divulgado esta semana.

"O relatório diz que Portugal é dos países onde o peso dos salários na economia mais diminuiu. Um dos países onde mais caiu a proporção dos salários no Rendimento Nacional, passando de 60% em 2003, para 52% em 2014. Que somos dos países mais desiguais e nós sabemos quem tem sido particularmente atingido pela política de rebaixamento permanente dos salários: os mais jovens, os jovens que iniciam uma vida laboral com salários de miséria", disse.

O líder comunista garantiu que o PCP não subestima os passos dados na reposição de direitos e rendimentos, muitos dos quais, disse, por proposta do PCP, mas advertiu que tudo poderia ser diferente se o PS tivesse obtido uma maioria absoluta nas últimas eleições legislativas.

"Fosse outro o resultado das eleições legislativas de há ano e meio e fosse possível a formação de um governo maioritário do PS, fosse outra a correlação de forças na Assembleia da República, e muitos dos passos dados não estariam concretizados. Foram-no porque há luta. Foram-no porque o PCP e o PEV, com o seu peso, têm condicionado as opções políticas", frisou Jerónimo de Sousa, aproveitando para alertar os militantes comunistas para a importância das eleições autárquicas do próximo mês de outubro.

"Estas são eleições que constituem uma batalha política de grande importância, pelo que representam no plano local, mas também pelo que podem contribuir para dar força à luta que travamos nesta nova fase da vida política nacional para melhor defender os interesses dos trabalhadores, do povo e do país", concluiu o líder comunista.

Em comunicado divulgado na sexta-feira, o Banco de Portugal informou que o fundo norte-americano Lone Star vai realizar injeções de capital no Novo Banco no montante total de 1.000 milhões de euros, dos quais 750 milhões de euros logo no fecho da operação e 250 milhões de euros até 2020.

Este investimento permite ao fundo passar a controlar 75% do capital do banco, mantendo-se os restantes 25% nas mãos do Fundo de Resolução bancário.

O primeiro-ministro, António Costa, afirmou, na sexta-feira, que a venda do Novo Banco não terá impacto direto ou indireto nas contas públicas, nem novos encargos para os contribuintes, constituindo "uma solução equilibrada".

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