Numa missiva enviada à comissão parlamentar de inquérito sobre o Novo Banco, a que a Lusa teve acesso, a Nani Holdings "lamenta informar que não pode conceder o pedido de levantamento de confidencialidade solicitada, e que os contratos permanecerão confidenciais e serão tratados como confidenciais".

O pedido de levantamento da confidencialidade, respeitando restrições relativas ao nome de devedores do Novo Banco e a matérias de segredo comercial, tinha sido feito pelo grupo parlamentar do PSD.

Após o surgimento da resposta do acionista detentor de 75% do Novo Banco, o deputado do PSD Alberto Fonseca, durante a audição parlamentar ao antigo governador do Banco de Portugal Vítor Constâncio, considerou a postura da Nani Holdings como "profundamente lamentável".

Alberto Fonseca aproveitou a ocasião para questionar Vítor Constâncio sobre se não entende que o contrato deve ser tornado público.

"Admito que haja sempre aspetos de natureza comercial confidenciais, refletidos no contrato, que devam ser riscados", disse o também antigo vice-presidente do Banco Central Europeu.

"Tirando esse aspeto, acho que o contrato, do lado de Portugal, podia ser conhecido", aditou.

Alberto Fonseca afirmou que "a Nani Holdings prefere continuar a manter este regime de opacidade e de desconsideração pelos portugueses, o que só vem aumentar ainda mais a desconfiança dos portugueses neste negócio de venda".

O deputado disse também que o partido não vai "desistir desta divulgação", que entende como "mais do que legítima, até porque o PSD tem um projeto de lei que obriga à divulgação dos contratos que já foi aprovado na generalidade".