A informação foi prestada pela Direção dos Serviços de Turismo (DST) no decorrer da primeira reunião plenária de 2020 do Conselho para o Desenvolvimento de Macau, que se realizou na terça-feira.
A DST “apresentou o plano de recuperação para a indústria de turismo de Macau, a ser realizado em três fases”, de acordo com um comunicado divulgado ao final da noite.
Atualmente sem casos ativos, depois de duas vagas de casos que obrigaram inicialmente a fechar os casinos por 15 dias, a estatística de visitantes em Macau continua a registar perdas acima dos 93%, com os ‘resorts’ e as salas de jogo praticamente desertos.
Uma realidade transmitida pela secretária para os Assuntos Sociais e Cultura, que presidiu à reunião, e deu conta dos planos governamentais para a recuperação da indústria e dos turistas que foram quase 40 milhões em 2019.
“Planos preparatórios” que a DST já discutiu com a indústria hoteleira, agências de viagens, companhias aéreas e transportadoras marítimas, segundo as autoridades.
“A primeira fase arranca com um programa promocional para apoiar a indústria [de turismo] local, e preparar o terreno a nível nacional e do exterior”, indicou a mesma nota, num momento em que se mantêm as restrições dos vistos da China, o principal mercado turístico de Macau, e nas fronteiras, bem como medidas de prevenção que incluem a obrigatoriedade de uma quarentena de 14 dias no território.
Na segunda fase, de acordo com a evolução da pandemia “e após a retoma das políticas de migração de algumas regiões, avançar-se-á com trabalhos de promoção”, que contemplam programas de excursão gratuitos de meio dia para os visitantes que pernoitarem na cidade.
Na terceira fase do programa de recuperação turístico, “consoante a recuperação do mercado internacional, serão definidos planos preparatórios para a recuperação da indústria, com foco no lançamento de medidas de incentivos para redes de transportes aéreos, marítimos, autocarros transfronteiriços”, sublinhou-se no comunicado.
Na mesma reunião, a DST acrescentou que, além das três fases, foi estabelecido “contacto com os operadores turísticos, com vista a conceber viagens locais e a Hengqin, para contribuir para a revitalização da economia”.
Macau, com apenas 30 quilómetros quadrados, tem planos de expansão de serviços, residenciais e ligados ao turismo, já validados por Pequim, para a ilha de Hengqin, que faz parte da cidade chinesa de Zhuhai, adjacente ao território.
Esta é uma fase para a qual será determinante a recuperação do mercado internacional, frisaram as autoridades.
A pandemia teve um severo impacto nas indústrias do turismo e do jogo em Macau, das quais é fortemente dependente.
Além das medidas de apoio económico e social dirigidas a pequenas e médias empresas e à população, o Governo de Macau está a apostar no investimento público, com milhões de euros injetados em obras, especialmente dedicados a garantir aos locais a manutenção de postos de trabalho.
Com o agravar das restrições fronteiriças, milhares de trabalhadores não-residentes estrangeiros ficaram proibidos de entrar em Macau. Outros foram repatriados. Muitos deles que trabalhavam em casinos, hotéis ou em setores associados ao jogo e ao turismo, o ‘motor’ da economia do território.
A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 320 mil mortos e infetou quase 4,9 milhões de pessoas em 196 países e territórios.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
Depois de a Europa ter sucedido à China como centro da pandemia em fevereiro, o continente americano passou agora a ser o que tem mais casos confirmados, embora com menos mortes.
Para combater a pandemia, os governos mandaram para casa 4,5 mil milhões de pessoas (mais de metade da população do planeta), paralisando setores inteiros da economia mundial, num “grande confinamento” que vários países já começaram a aliviar face à diminuição dos novos contágios.
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