Esta é uma das conclusões do relatório hoje publicado pela ERC que traça o panorama do impacto da pandemia de covid-19 no setor de comunicação social em Portugal, "a partir das respostas a um questionário que dirigiu, entre 24 de abril e 06 de maio, a entidades representativas do setor registadas na Plataforma Digital da Transparência (pessoas coletivas com contabilidade organizada que identificam a comunicação social como atividade social) e a prestadores de televisão por subscrição".

Segundo o relatório, "21,3% dos inquiridos referiram ter aderido ao programa de 'lay-off' simplificado, tanto na modalidade de suspensão do contrato de trabalho como de redução do horário de trabalho, e que este afetou 490 trabalhadores nas suas organizações", sendo que "os detentores de imprensa local e regional foram os que mais declararam o recurso" a este regime (26,1%).

A ERC "constatou também que todos os inquiridos adotaram medidas de adequação da redação aos efeitos da pandemia, que passaram essencialmente pelo teletrabalho, rotatividade de equipas e, com menor expressão, parcerias com outras entidades de comunicação social".

Mais de um quarto (26,6%) dos inquiridos "reduziram os dias e horário de trabalho dos seus trabalhadores e 81,3% colocaram-nos em teletrabalho".

Questionados sobre as áreas mais afetadas dentro da organização, a maioria dos inquiridos identificou a redação, logo seguida da administração e gestão.

"Os dados do questionário permitem ainda confirmar e documentar que, no período de combate à pandemia de covid-19, os meios de comunicação enfrentaram o desafio complexo de combinar o reforço da atividade editorial com os constrangimentos advindos das medidas de confinamento e da quebra generalizada de receitas", refere a ERC.

"A produção informativa manteve-se apesar de estabelecimentos total ou parcialmente fechados, adesão ao regime de 'lay-off', funcionários em teletrabalho ou em 'part-time', rotatividade de equipas", acrescenta.

O regulador dos media "entende que o quadro que se traça a partir das respostas ao questionário gera preocupações quanto à independência dos meios de comunicação social e à garantia do pluralismo e diversidade".

Segundo a ERC, "as consequências desta crise dentro da crise no funcionamento das organizações de media perdurarão por muito tempo, forçando decisões estratégicas e reorganizações".

A Entidade Reguladora para a Comunicação Social "continuará a acompanhar esta evolução e definirá a sua intervenção regulatória em função da avaliação dos riscos para a liberdade e a independência dos órgãos de comunicação social".

Segundo o "Relatório Avaliação do impacto da pandemia de covid-19 sobre o setor da comunicação social em Portugal", o universo corresponde a um total de 253 questionários válidos.

"A maior parte dos inquiridos consiste em detentores de publicações periódicas locais e regionais (54%) e a operadores de rádio local (30%). Perto de 7% comunicou elementos agregados sobre estes dois últimos tipos" de órgãos de comunicação social", refere o relatório.

"Uma fatia de cerca de 4% dos inquiridos reportou dados sobre entidades que detêm publicações periódicas nacionais, praticamente a mesma correspondente aos operadores de televisão comercial", adianta.

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