O ministro das Finanças referia-se de “forma muito sintética” à reposição dos rendimentos, à modernização do sistema de formação profissional, à recuperação dos horários de trabalho, a renovação das perspetivas de desenvolvimento de carreiras que, disse, “retomam a normalidade”.
“Isto tem sido possível porque o cenário macroeconómico tem permitido implementar medidas que não estavam contempladas”, disse Mário Centeno acrescentando que as “medidas têm de ser aplicadas com sentido de responsabilidade” para que as “decisões do momento” não comprometam o futuro dos serviços públicos e dos trabalhadores.
“Importa que as medidas sejam sustentáveis para que não se volte a hipotecar a administração pública no futuro”, afirmou na abertura do 10.º Congresso Nacional Administração Pública que decorre hoje em Lisboa.
Segundo o ministro das Finanças “a inovação” só é possível se foram quebradas as fronteiras institucionais, digitais e “muitas vezes mentais” e que os serviços públicos precisam de ter sistemas de gestão inovadores que envolvam os trabalhadores na procura da melhor forma de operacionalizar as políticas públicas.
“Inovar acrescenta valor para a administração e para a sociedade. Gera-se muita riqueza dentro da administração pública e a forma de gerar riqueza dentro da administração pública é inovando porque inovar é fazer melhor aquilo que temos vindo a fazer bem. A fazer diferente aquilo que não resulta. É deixar de fazer o que é inútil. Inovar é reduzir custos, simplificar a vida dos cidadãos e das empresas, é garantir direitos”, disse.
O ministro referiu que o sistema de incentivos à inovação foi anunciado em junho tendo sido posto em curso um programa para a capacitação que está a identificar projetos experimentais contemplam o uso de tecnologia, novos processos colaborativos entre serviços e mecanismos de incentivos à criatividade dos trabalhadores.
“É neste quadro que anunciamos hoje o terceiro pilar do programa de incentivos. Os prémios para projetos de inovação na gestão que apresentem resultados mensuráveis”, declarou.
De acordo com o ministro o sistema de incentivos “visa melhorar” a produtividade e o desempenho dos serviços e reduzir a despesa através da eficiência.
“Os dois sistemas de incentivos funcionam em complementaridade: a eficiência e a inovação são complementares no desenvolvimento de novas formas de organização e de gestão com benefícios para as equipas envolvidas”, acrescentou Mário Centeno.
O 10.º Congresso Nacional da Administração Pública conta também com a participação da ministra da Presidência e da Modernização Administrativa, Maria Manuel Leitão Marques e vai prolongar-se até ao final do dia.
Os vários painéis vão debater questões como as “fronteiras institucionais e as políticas públicas de inovação”, “as tecnologias na administração público do futuro”, “o papel dos novos ambientes de trabalho” e vão ser apresentados os projetos experimentais de inovação no âmbito do Sistema de Incentivos à Inovação na Gestão Pública.
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