O comentador televisivo foi hoje o convidado do jantar-conferência da Universidade de Verão do PSD e foi questionado sobre a escolha do Governo da ex-ministra das Finanças Maria Luís Albuquerque para o cargo de comissária europeia, que mereceu críticas de toda a esquerda, incluindo de várias figuras do PS, que associaram a antiga governante ao período da austeridade e da ‘troika’.
“A decisão é uma decisão correta e uma decisão positiva e Maria Luís Albuquerque tem perfil para exercício da função”, começou por dizer Marques Mendes.
O ex-líder do PSD entre 2005 e 2007 reconheceu, no entanto, que “há ainda um grande trauma do tempo da ‘troika’”, período em que foram pedidos “muito sacrifícios”, e disse compreender “alguns ressentimentos”.
“Toda a gente tem direito a ter a sua opinião, mas devemos ser rigorosos e evitar demagogia”, afirmou, defendendo que se tivesse sido o PS a vencer as eleições em 2011 e a governar as medidas teriam sido exatamente as mesmas, uma vez que estavam previstas no acordo assinado com a “troika”.
“Quem mandava era a ‘troika’, o discurso podia ser outro, a comunicação podia ser diferente. Mas sejamos francos e honestos e não sejamos demagógicos: com um ministro das Finanças socialista ou social-democrata as medidas eram aquelas porque eram aquelas que os credores impunham a Portugal”, afirmou.
Na sua intervenção, que se estendeu por cerca de duas horas e meia, Mendes reafirmou uma convicção que já expressou no seu comentário televisivo da SIC quanto ao próximo Orçamento do Estado.
“É uma novela sem grande sentido: o Orçamento vai passar, ponto final parágrafo. Acho que este debate é muito pobre, gostava muito mais de um debate travado em torno do que vai ser o conteúdo” do documento, apelou.
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