Estas posições foram assumidas por Manuel Caldeira Cabral, em Toronto, no último dia de visita oficial do primeiro-ministro, António Costa, ao Canadá.
“O mercado canadiano deve ser visto como uma porta de entrada para todo o mercado da América do Norte, incluindo os Estados Unidos e o México. Mas também há empresas canadianas que estão instaladas em Portugal para exportar para toda a Europa e mesmo para os países de língua oficial portuguesa”, declarou o ministro da Economia.
Manuel Caldeira Cabral identificou depois oportunidades de negócio em setores como a indústria aeronáutica, tecnologias de informação e ‘startups’.
“Na Websummit estiveram cerca de cem empresas canadianas e esperamos que esse número aumente no próximo ano. O Canadá sabe que Portugal está aberto ao investimento – e essa é uma mensagem que é muito bem recebida. Há empresários canadianos que estão a estudar projetos de investimentos concretos no nosso país”, assegurou.
Em relação às potencialidades de Portugal no mercado canadiano, o titular da pasta da Economia manifestou-se otimista, alegando que as exportações nacionais para o Canadá “têm crescido a dois dígitos, o que é muito interessante e que pode ser alargado pelo acordo de comércio livre, CETA”.
“O CETA vai diminuir as tarifas em produtos exportados por Portugal, caso dos têxteis e dos agroalimentares, com uma redução dos tempos para o licenciamento de produtos”, exemplificou o ministro da Economia.
Manuel Caldeira Cabral reconheceu a exigência do mercado canadiano, mas adiantou que as empresas portuguesas “já ganharam vasta experiência com exportações para mercados muito competitivos como o europeu”.
“Por isso, Portugal tem produtos com standard’ de qualidade que estão ao nível dos melhores do mundo e o mercado canadiano reconhece essa qualidade. Agora, com o CETA, haverá uma redução de tarifas entre os 10 e 20%, o que significa que aumentará a margem para as empresas já presentes no mercado canadiano. Acredito, também, que haverá oportunidades para outras empresas nacionais entrarem no mercado do Canadá”, insistiu.
Manuel Caldeira Cabral referiu-se igualmente aos investimentos canadianos em Portugal, dando como exemplo o setor das minas e das tecnologias de informação.
A CGI, observou o membro do Governo, “tem já mais de 1500 empregos em Portugal, país a partir do qual serve outras zonas da Europa do sul”.
“O Canadá reconhece que Portugal tem boa qualidade em termos de talento, infraestruturas e de condições de operação”, completou.
Interrogado sobre a perspetiva de novos investimentos canadianos em Portugal, o ministro da Economia referiu-se às áreas dos serviços partilhados e das tecnologias, que até agora usaram o Reino Unido como porta de entrada no mercado único europeu.
“Muitas dessas empresas estão a considerar a hipótese de Portugal como porta de entrada para a União Europeia. E há grandes oportunidades com a conclusão do acordo de livre comércio, o CETA, porque quando se baixam as tarifas em 10 ou 15% a margem do exportador também se alarga nessa dimensão. Ora, isso alarga o potencial de se fazerem negócios lucrativos – e as empresas canadianas já conhecem os fornecedores portugueses em áreas tão diferente como os componentes automóveis, as máquinas ou os têxteis”, acrescentou.
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