Em entrevista ao programa Tudo é Economia, da RTP3, João Leão estimou que o saldo negativo das contas públicas deste ano, a ser apresentado no Pacto de Estabilidade em abril, ficará entre os 4,5% e 5% do PIB, acima da previsão atual de 4,3%.

Começando por dizer que “só na altura do Programa de Estabilidade” é que o Governo iria revelar as suas previsões, acabou por dizer, quando questionado diretamente se o défice ficará no intervalo entre 4,5% e 5%, acabou por admitir que “sim, poderá estar nesse intervalo”.

Quanto ao crescimento económico, e tendo João Leão já dito anteriormente que o Governo iria rever as suas previsões em baixa, “sobretudo por causa do efeito da pandemia [de covid-19] no primeiro trimestre”.

“Nós temos, por um lado o efeito da vacinas, que quer Portugal, quer a Comissão [Europeia], que também faz essa previsão, que no segundo semestre vamos ter uma recuperação muito forte da economia, e vamos ter um programa centrado na recuperação económica e social da crise, quer para 2021 quer para 2022″, adiantou.

A atual estimativa do Governo aponta para um crescimento económico de 5,4% este ano, que será rebaixada em “mais de um ponto” percentual.

“A revisão em baixa deste ano vai conduzir, como tem prevista uma recuperação muito forte da economia no segundo semestre, vai implicar que quer a partir do segundo semestre, quer a partir de 2022 a economia cresça mais do que o esperado”, referiu.

João Leão prevê que a recuperação de 2022 leve a que a economia já possa ultrapassar “o valor anterior à pandemia”, estando “significativamente acima do valor de 2019″.

Para tal o governo conta com o “impulso muito forte” do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) atualmente em análise pela Comissão Europeia, bem como com “outros investimentos muito importantes”, num programa “centrado na recuperação económica e social”.

O ministro afastou também qualquer aumento de impostos após a pandemia, considerando esse um “caminho errado” para financiar as medidas tomadas.

João Leão concluiu a entrevista dizendo acreditar que “há condições políticas” para aprovar o Orçamento do Estado de 2022, “com uma maioria ainda mais alargada que no ano anterior”.