O BCE pôs fim ao seu programa de compra de dívidas iniciado em 2015, com o qual acumulou obrigações no valor de 2,5 biliões de euros, dos quais 12,55% correspondiam a títulos de dívida espanhóis.

Num relatório publicado esta quinta-feira, a agência Moody’s explica que Itália, Espanha e Portugal precisarão de continuar a diversificar as fontes de financiamento, “para atender às suas necessidades de dívida ainda muito altas”, quando o BCE finalizar o seu programa de compra de dívida.

No entanto, considera que Espanha e Portugal estão bem posicionados para continuar a gerir este ambiente “após o programa de compra de dívida, enquanto a Itália terá de enfrentar desafios mais significativos”, por causa da sua situação política e económica.

No relatório, a agência destaca a maior qualidade de crédito de Espanha e a procura robusta de investidores estrangeiros, enquanto, no caso de Portugal, valoriza os investidores e as fontes de financiamento cada vez mais diversificadas.

Esses fatores colocam os dois países “numa posição comparativamente boa” após o programa de compra de dívida do BCE, afirma a Moody’s.

“Embora consideremos que os riscos de uma crise de liquidez para Itália sejam baixos, a venda maciça feita por investidores não residentes a partir de maio deste ano significa que a gestão da transição será mais difícil para este país”, adverte a agência de rating.