“A venda do Novo Banco é um processo liderado pelo Banco de Portugal, como todos sabem. O Governo tem acompanhado esse processo, (que) está numa fase importante das negociações”, começou por referir, quando questionado sobre o tema à saída de uma reunião de ministros das Finanças do Eurogrupo.
Centeno observou que, “no princípio deste ano, o Banco de Portugal tomou mais um passo na direção da conclusão do processo, e antecipa-se que proximamente” tal aconteça.
“Enfim, «proximamente», nestes processos negociais… nunca é bom nem saudável colocar uma data limite. Mas avança, enfim, com bastante intensidade esse processo negocial”, disse.
Instado a ser um pouco mais preciso, afirmou que não pode “dizer mais”, sobre um processo que nem é o Governo que lidera.
“Estamos a falar de algo que é muito importante para o sistema financeiro e que terá que ser bastante acautelado”, concluiu.
O Novo Banco foi o banco de transição criado em 03 de agosto de 2014 para ficar com os ativos considerados menos problemáticos do Banco Espírito Santo (BES), então alvo de uma medida de resolução, que acumulou prejuízos de 1.800 milhões de euros desde a criação até setembro de 2016.
A sua venda tem sido difícil, e, em setembro de 2015, foi cancelado o primeiro processo de alienação, com o Banco de Portugal a considerar que nenhuma proposta apresentada era interessante.
Já no início de 2016 arrancou o segundo processo, tendo as autoridades portuguesas até agosto de 2017 para encontrar comprador, por acordo feito com a Comissão Europeia.
No final de 2016 foi noticiado que, entre os concorrentes, o fundo chinês Minsheng tinha a melhor proposta financeira mas não apresentou provas de que conseguiria pagar o montante oferecido, devido às restrições de movimentação de divisas na China, tendo passado para a frente das negociações o fundo norte-americano Lone Star.
A imprensa escreveu que a Lone Star oferece 750 milhões de euros mas que exige uma contragarantia do Estado português até aos 2,5 mil milhões de euros.
O ministro das Finanças disse no início de janeiro, em entrevista à TSF/DN, que não aceitaria ofertas que envolvessem garantias públicas.
Na corrida está ainda oficialmente o fundo norte-americano Apollo/Centerbridge, que tem sido muito discreto num posicionamento sobre este tema.
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