No entanto, Centeno admite essa “contingência” e que ela será avaliada anualmente aquando da preparação do Orçamento do Estado.

O governante falava durante uma audição na Comissão de Orçamento e Finanças sobre o negócio da venda do Novo Banco e quando questionado pela deputada do CDS, Cecília Meireles, sobre “qual o impacto previsível na dívida e no défice” da operação.

“O impacto futuro no défice e na dívida será o que resultar do mecanismo [de partilha de riscos]. Dada a existência de uma almofada de capital, não se espera que nos primeiros meses ou trimestres exista essa contingência”, disse o ministro referindo que o mecanismo permite que seja revisto anualmente, durante a preparação do Orçamento do Estado.

“Isto dá previsibilidade e permite transparência”, disse.

“As expectativas são as de que não haja nenhuma injeção de capital”, disse, acrescentando, no entanto, que “os riscos estão presentes, têm de ser seguidos e continuamente mitigados”.

“Devemos seguir atentamente esta questão nos próximos tempos. É algo que deve merecer a nossa melhor atenção”, concluiu.

Já antes, numa resposta à deputada do Bloco de Esquerda Mariana Mortágua, Mário Centeno tinha afirmado que o Novo Banco tem uma “almofada” de 1.000 a 1.200 milhões de euros para “ativos problemáticos”, explicando que enquanto não existirem perdas que atinjam estes valores não haverá injeção do Fundo de Resolução do banco.

Revisão em baixa do défice mostra rigor e resultados do Governo

"O INE reviu em baixa para 2% o défice para 2016, isto só vem reforçar o que o Governo tem dito sobre o enorme o rigor e resultados que temos obtido na execução orçamental", disse o ministro das Finanças, Mário Centeno, à saída da comissão parlamentar de Orçamento e Finanças, onde foi hoje ouvido sobre o Novo Banco.

O défice orçamental fixou-se nos 2% do PIB em 2016, abaixo do valor inicial estimado de 2,1% e confirmou o saldo do ano passado como o menos negativo desde 1974.

O número agora avançado pelo INE está em linha com a última previsão do Governo - o ministro das Finanças, Mário Centeno, garantiu no Parlamento que o défice não seria superior a 2,1% do PIB [Produto Interno Bruto].

O instituto estatístico explica a revisão em baixa do défice de 2016 com a deteção de "um erro na apropriação da informação relativa à Administração Local com impacto significativo na necessidade de financiamento das AP".