Num conjunto de nove curtas respostas a perguntas do PS, a que a Lusa teve acesso, sobre eventuais contactos com o Governo acerca da estabilidade financeira e, em concreto, sobre se a situação do BES/GES foi abordada, José Manuel Durão Barroso respondeu que "nunca foi objeto de qualquer reunião antes do processo da sua resolução", em 2014.

"Nunca promovi tais contactos mas, no âmbito da assistência prestada pela União Europeia a Portugal, surgiram naturalmente questões relacionadas com a estabilidade financeira nas conversas que mantive com o então primeiro-ministro, dr. Passos Coelho", referiu ainda Durão Barroso.

O PS requereu, em 25 de março, os depoimentos por escrito do antigo Presidente da República Cavaco Silva, dos ex-primeiros-ministros Durão Barroso e Passos Coelho e a audição presencial do ex-comissário europeu Carlos Moedas na comissão de inquérito do Novo Banco, inquirição esta que já aconteceu.

O antigo líder europeu e também ex-primeiro-ministro português considera que "não tinha de ser especialmente 'alertado' para a referida situação e muito menos de tomar quaisquer 'diligências' pois, exercendo na altura as funções de Presidente da Comissão Europeia, não detinha competências próprias nessa matéria".

Durão Barroso recorreu, nas suas respostas, às declarações proferidas na comissão de inquérito sobre o BES, em 2015, em que reconheceu ter reunido com o antigo líder do BES Ricardo Salgado e aconselhado "a entrar em contacto com as autoridades portuguesas até porque não via em que medida a Comissão poderia ter intervenção útil naquela questão".

"Lembro aliás que o BES era, dos principais bancos portugueses, o único não abrangido pelo programa especial de ajuda no âmbito do resgate financeiro da zona euro", refere o antigo primeiro-ministro no texto.

Durão Barroso negou ainda ter tido "informação direta" acerca da garantia soberana de Angola ao BESA, recordando-se "de em certo momento surgirem notícias na comunicação social portuguesa a esse respeito".

O antigo presidente da Comissão Europeia respondeu apenas com um "não" a três perguntas do PS sobre se foi alertado pelo Governo acerca de problemas no GES, sobre se conversou com o Governo, Presidente da República – à data Cavaco Silva – ou Banco de Portugal sobre o tema, ou se teve conhecimento de uma reunião tida no Conselho de Governadores do Eurosistema em que o então governador do Banco de Portugal, Carlos Costa, interveio sobre o BES.

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