"Eu hoje, de certa maneira, convidei o Fundo de Resolução e o Governo a esclarecerem por que é que só conseguiram vender 75% do banco. Era suposto que, ao fim deste período, o que tivesse sido anunciado era a venda do Novo Banco", disse Passos Coelho aos jornalistas, na Guarda, no final da sessão de abertura da Convenção Autárquica Distrital do PSD, onde foram apresentados os candidatos autárquicos às 14 câmaras municipais do distrito.
Para o líder do PSD, o Fundo de Resolução bancário e o Governo devem esclarecer "por que é que não foi possível cumprirem a sua missão que se esperava ser cumprida, que era a de venda do banco".
"E essa venda podia envolver garantias, podia envolver da parte do Fundo de Resolução contingências várias que pudessem ter de ser acauteladas, podia haver perdas do próprio Fundo de Resolução se não se conseguisse vender o banco pelo valor do capital que lá foi injetado, tudo isso eram contingências que podiam acontecer, que nós esperaríamos que fossem minimizadas pelo Fundo de Resolução e pelo Governo", afirmou.
Passos Coelho referiu que a venda na totalidade do Novo Banco "era, pelo menos, aquilo que se esperava que acontecesse".
"Seria péssimo que houvesse como solução uma nacionalização do banco, não era a solução de princípio que nós defendêssemos, a liquidação do banco seria o fim do processo se tudo tivesse falhado, mas seria muito grave que assim tivesse acontecido", acrescentou Passos Coelho.
O presidente do PSD disse ainda aos jornalistas que não lhe parece "que essa fosse uma possibilidade real".
"Portanto, o que se deveria era estar a discutir hoje os termos da venda e afinal estamos a discutir a venda parcial. E a venda parcial pressupõe que do Fundo de Resolução remanesçam responsabilidades para futuro que podem ou não trazer custos para os contribuintes e o Governo é pouco claro a discutir estas matérias, mas nós iremos discuti-las evidentemente, quer no parlamento, quer fora dele", rematou.
Em comunicado divulgado na sexta-feira, o Banco de Portugal informou que a norte-americana Lone Star vai realizar injeções de capital no Novo Banco no montante total de 1.000 milhões de euros, dos quais 750 milhões de euros logo no fecho da operação e 250 milhões de euros até 2020.
Este investimento permite ao fundo passar a controlar 75% do capital do banco, mantendo-se os restantes 25% nas mãos do Fundo de Resolução bancário.
O primeiro-ministro, António Costa, afirmou, na sexta-feira, que a venda do Novo Banco não terá impacto direto ou indireto nas contas públicas, nem novos encargos para os contribuintes, constituindo "uma solução equilibrada".
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