Como te chamas?

Nuno Constantino.

O que faz a tua startup?

Oferecemos diversas formas de alojamento turístico (Hostels, Hotéis e Guest Houses).

Em modo resumo: quando, como e porque é que nasceu a tua empresa?

A empresa nasce em 2015 pela procura de oferta destinada maioritariamente a alojamento para grupos de jovens. Nessa ocasião havia poucos hostels (setor onde começámos) que recebessem grupos com mais de 40 pessoas e esse segmento representava então cerca de 35%/45 % do mercado de turismo jovem europeu.

O que fazias antes de seres empreendedor?

Esta é já a segunda empresa onde sou empreendedor, a primeira foi a Neoturis – consultoria em turismo.
Quando resolvemos criar este negócio, estava a regressar a Portugal depois de quase cinco anos no Brasil, onde criei uma empresa de consultoria em turismo, a Neoturis Brasil (em parceria com a CBRE), e depois de quase um ano e meio como diretor de operações do Grupo Pestana Brasil. Não pretendia regressar à consultoria e queria algo diferente, onde pudesse maximizar a minha experiência técnica como consultor e prática como gestor operacional de unidades hoteleiras.

Como é que a tua startup está a mudar o setor do Turismo?

Estamos à procura de criar uma oferta de alojamento híbrida, onde a experiência e as pessoas estejam no centro da sua estadia.

Já pagas o teu salário?

Sim. Temos cerca de 50 colaboradores já na nossa equipa, estando em forte crescimento nos últimos 12 meses.

O que dirias ao CEO da concorrência se te cruzasses com ele no corredor?

Desejava-lhe boa sorte porque o setor precisa de players fortes e sérios para se profissionalizar.

Quantas horas trabalhas por dia?

Não conto as horas porque faço o que gosto (que grande cliché!), mas começo cedo com muitos telefonemas e termino tarde com muitos e-mails. Depois de deitar as crianças é um bom momento para tratar de coisas que durante o dia é difícil pelo volume de interrupções a que somos sujeitos.

O que deixaste de fazer para seres um empreendedor com sucesso?

Deixei uma carreira de consultoria que julgo tinha algum sucesso.

O que passaste a fazer para seres um empreendedor de sucesso?

Não creio que tenha mudado assim tanta coisa, mas a maior característica é querer fazer.

Qual o empreendedor ou empresa que mais te inspirou em Portugal?

Mais do que uma empresa ou empreendedor foi um setor, o dos hostels, que com tão pouco apoio e muitas vezes com pouco dinheiro conseguiu alcançar um lugar de destaque no panorama mundial.

E lá fora?

São diversas empresas nas quais buscamos inspiração, mas nenhuma serve de decalque para a nossa estratégia. Tentamos fazer muito com pouco investimento e isso marca desde logo a nossa diferença face a grandes players com capacidades de investimento muito superiores.

Se fosses patrão de uma grande empresa, o que dirias a ti próprio para te convenceres a trabalhar nessa empresa em vez de uma startup?

Tentava seduzir-me com um grau relativamente alto de autonomia. Uma vez que essa é uma das maiores características de um empreendedor e das mais difíceis de replicar por uma grande empresa.

Nascemos empreendedores ou a vida torna-nos empreendedores?

Uns nascem outros transformam-se, aprendem. Grande parte dos empreendedores surge por uma questão de necessidade ou pela oportunidade que lhes surge.

Numa só frase, o que dirias - mesmo - num elevador para convencer alguém a investir na tua empresa?

Falava-lhe da nossa história dos últimos seis anos (como nascemos, crescemos e nos adaptámos à mudança) e da visão para o futuro.

Que balanço fazes até agora do teu percurso neste negócio?

Faço um balanço muito positivo, em seis anos, e num dos setores mais afectados pela pandemia, conseguimos alcançar as 1000 camas distribuídas pelo território nacional.

Onde é que te imaginas daqui a 10 anos?

Com a maior rede de alojamento híbrido de Portugal e com ramificações em Espanha, Brasil e PALOP’s.

Diz-me uma coisa indispensável para ti.

Velocidade

E uma coisa que não toleras?

São duas que estão muitas vezes ligadas, a falta de objetividade e a lentidão.

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A Wotels HUB marca presença no evento What's Next - Innovating Tourism, promovido pelo NEST – Centro de Inovação do Turismo, que terá lugar de 16 a 20 de março na 33ª edição da Bolsa de Turismo de Lisboa.