Pedro Nuno Santos falava no final da série de reuniões do Governo com os partidos parlamentares para a apresentação das linhas gerais da proposta do Governo de Orçamento do Estado para 2018, documento que será aprovado na quinta-feira em Conselho de Ministros e entregue na Assembleia da República na sexta-feira.
Confrontado com o facto de a ex-ministra das Finanças Maria Luís Albuquerque ter dito que o Governo socialista lhe transmitira que para 2018 se prevê um abrandamento da economia, Pedro Nuno Santos contrapôs: "Teremos a economia a crescer em 2018 como não cresceu durante muitos anos".
"Será uma das maiores taxas de crescimento do milénio", advogou o secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares, antes de atacar o PSD, dizendo que este partido "não estava habituado às taxas de crescimento que atualmente se verificam em Portugal".
"A economia portuguesa está viva, a crescer, a criar emprego e hoje olha-se para o futuro com esperança e não com o receio que se verificava nos anos da direita", declarou.
Questionado sobre uma eventual redução do investimento público no próximo ano, em comparação com 2017, Pedro Nuno Santos recusou que isso possa estar previsto na proposta orçamental do executivo.
"O investimento público continuará a aumentar", afirmou.
Em relação às negociações com o Bloco de Esquerda, PCP e PEV para a viabilização do Orçamento do próximo ano, o secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares desdramatizou essas conversações, mas admitiu que "faltam ainda fechar alguns pormenores".
"É sempre assim todos os anos", comentou.
Perante os jornalistas, Pedro Nuno Santos recusou-se, no entanto, a especificar quais as matérias ainda em negociação com o PCP e com o Bloco de Esquerda para a viabilização da proposta do Governo de Orçamento do Estado.
"Os trabalhos estão muito avançados e encontram-se praticamente concluídos. São matérias anunciadas há muito tempo. Já sabíamos desde o início desta maioria que, para o Orçamento de 2018, trataríamos de carreiras e de IRS", salientou.
Neste ponto, Pedro Nuno Santos deixou uma advertência de caráter político, dizendo que estas não são matérias específicas do PCP ou do Bloco de Esquerda.
"São matérias do PCP, do Bloco de Esquerda, do PEV e do PS. Esse é o trabalho que temos feito ao longo dos anos e, felizmente, estamos a conseguir cumprir aquilo que dissemos aos portugueses", acrescentou.
Pedro Nuno Santos optou depois por defender que a breve prazo será apresentado ao país o terceiro Orçamento da atual maioria de esquerda parlamentar.
"Será um Orçamento de palavra, que respeita os compromissos assumidos, e de justiça com os trabalhadores, que verão o IRS a aumentar na sua progressividade", sustentou.
O governante referiu ainda que "será também um Orçamento de justiça com os trabalhadores do Estado, que, ao fim de sete anos, vão ver as suas carreiras descongeladas. É mais um ano de avanço económico e social em Portugal".
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