Esta ideia foi transmitida por António Costa na Assembleia da República, no final de uma reunião de cerca de três horas com dirigentes e coordenadores da bancada socialista.
Uma reunião sobre o processo de elaboração do Orçamento do Estado para 2018 que o primeiro-ministro repetirá na próximo quarta-feira, desta vez com todos os deputados do Grupo Parlamentar do PS.
Questionado se a negociação do Orçamento do próximo ano com o Bloco de Esquerda, PCP e "Os Verdes" está agora a ser mais difícil do que em 2016, António Costa procurou desdramatizar o processo negocial.
"Este orçamento tem as dificuldades de todos os orçamentos. Quando a manta não é excessiva, necessariamente temos de definir prioridades. Foi assim em 2016 e 2017 e vai ser assim em 2018", respondeu.
António Costa, porém, admitiu a existência de uma diferença de conjuntura política em relação a setembro de 2016.
"Talvez este ano seja mais visível, até pelo período eleitoral que estamos a viver, algumas dessas matérias", declarou, numa alusão às pressões dos parceiros de esquerda em matéria de descongelamento de carreiras na administração pública, aumento de pensões e introdução de novos escalões em sede de IRS.
Para o primeiro-ministro, no entanto, em termos globais, "as negociações têm decorrido com toda a normalidade".
"Vamos certamente encontrar boas soluções. Estamos neste momento a trabalhar na elaboração do Orçamento, que tem de cumprir o programa do Governo, os compromissos internacional de Portugal e os compromissos com os parceiros parlamentares. É isso que fizemos em 2016, em 2017 e que iremos fazer em 2018", disse.
Questionado sobre a dimensão que poderá ter o aumento das pensões no próximo ano, o líder do executivo recusou-se a quantificar.
"Podemos responder sobre o conjunto das medidas quando todas alas tiverem ajustadas num ponto de equilíbrio ótimo", justificou.
O Governo, na perspetiva de Costa, "tem demonstrado ser possível realizar um compromisso harmonioso do conjunto de objetivos".
"Para que isso aconteça é essencial que, desde a construção do Orçamento, até à sua execução, haja sempre rigor para assegurar que tudo será feito de forma sustentável, sem pôr em causa a meta de termos menos défice para assim podermos reduzir a dívida", alegou, antes de salientar a importância da vertente inerente à consolidação orçamental.
"Conforme reduzirmos a dívida reduzimos também a pressão internacional e melhoramos a expetativa que os mercados internacionais têm sobre a nossa situação económica e financeira. Com isto criamos melhores condições para reduzir sustentadamente o custo financeiro com a dívida, podendo então alocar esses recursos a outras necessidades que são mais prementes. Temos de ter uma visão estrutural e de sustentabilidade relativamente ao conjunto das nossas finanças públicas", insistiu o primeiro-ministro.
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