Em declarações à agência Lusa na quarta-feira, a secretária de Estado do Turismo, Ana Mendes Godinho, tinha anunciado que as Agências Regionais de Promoção Turística passarão a receber mais 37,5%, num total 16,5 milhões de euros anuais, num reforço nomeadamente de verbas para quatro regiões e para a aposta no Reino Unido.

Esta manhã, intervindo no Congresso da Associação da Hotelaria de Portugal (AHP), em Lisboa, António Costa informou que o Governo continuará a ser “parceiro ativo do crescimento do setor” e por isso aumentou, para os próximos três anos, as verbas que permitem “fazer promoção específica em determinados mercados”.

“Quando ontem [quarta-feira], o Governo do Reino Unido aprovou o acordo de saída do Reino Unido da União Europeia (UE), todos sabemos quanto é essencial fazermos um trabalho específico no mercado britânico, que historicamente é o principal emissor turístico para Portugal”, justificou.

Na abertura do 30.º congresso dos hoteleiros, o governante indicou que, “seja por desvalorização da libra, seja por outras razões”, tem se sentido uma “redução do número de turistas do Reino Unido e que se reflete, necessariamente em Portugal”.

Costa começou o seu discurso com agradecimentos a quem investe e a quem trabalha no Turismo, que “tem dado grande contributo para o desenvolvimento do país e para a melhoria da economia”, lembrando os recordes que o setor continua a somar, nomeadamente, em termos de emprego (400 mil pessoas em 2017) e de receitas (15 mil milhões de euros no ano passado).

“As receitas continuam a crescer este ano 12,2%, mantendo a tendência da qualificação da nossa oferta e da capacidade de atração do país”, disse o governante, manifestando ainda satisfação pela abertura de 229 rotas aéreas e das 285 novas operações aéreas alcançadas ao longo do seu mandato.

Na sua intervenção, António Costa referiu a importância da sustentabilidade, inovação e formação no setor do Turismo, assim como da captação de novos eventos, destacando, “com gosto”, o facto de Portugal ter assegurado para 2019 “mais 130 novos congressos relativamente a este ano”.

Querendo lembrar os vários setores, o primeiro-ministro enumerou ainda a importância da permanência da cimeira de tecnologia e inovação Web Summit até 2028 em Lisboa, o lançamento de uma nova área de regadio na região de Óbidos e do Bombarral, a iniciativa Competência Digitais + e a inauguração em breve de três novas unidades industriais no interior.

Sem prestar declarações à margem da sua intervenção no Pavilhão Carlos Lopes e informando à saída que estava a dirigir-se para a reunião de hoje do Conselho de Ministros, o chefe do executivo ainda ouviu alguns manifestantes do setor do Turismo.

“O Turismo a aumentar e os salários a baixar” foi uma das frases gritadas pelos trabalhadores do setor turístico que se concentraram à porta do pavilhão.

(Notícia atualizada às 11:28h)