“Há uma coisa que não se percebe no OE para o ano que vem”, disse Mário Nogueira, secretário-geral da Federação Nacional dos Professores (Fenprof), aos jornalistas no final de uma reunião com o grupo parlamentar do Bloco de Esquerda (BE), que hoje decorreu no parlamento, para discutir a contagem integral do grupo de serviço congelados aos docentes.

Mário Nogueira apontou que a redução de 4% na despesa com recursos humanos não é compreensível num quadro de mais professores efetivos – cerca de sete mil entraram nos quadros nos últimos dois anos – e com os efeitos do descongelamento de carreiras a decorrerem.

“A não ser que queiram despedir professores ou que queiram mandar embora para a aposentação – e aí os professores iriam, se os deixassem – como é que vão reduzir 4%? É o ministério que mais reduz. Só há três que reduzem. Não se percebe como é que isso é possível”, disse o líder da Fenprof.

Questionado sobre a recente remodelação no Governo, que não abrangeu o ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues - debaixo de fogo dos professores no último ano devido à contagem do tempo de serviço congelado - Mário Nogueira respondeu de forma cáustica.

“Acho que isso é absolutamente normal. Eu tenho dito que só pode ser substituído o que existe. Como não existe ministro para a Educação, o que existe ali é uma delegação das Finanças acho que não tinha sentido substituir uma inexistência”, disse.