"Terminamos com este orçamento [2019] a recuperação de mil milhões de euros de que o Serviço Nacional de Saúde (SNS) tinha sido alvo de desinvestimento por parte do Governo anterior", disse o dirigente socialista, em Coimbra, onde participou num plenário de militantes para apresentar o orçamento do próximo ano.
Num discurso muito ideológico, em que vincou várias vezes a diferença entre governos de esquerda e direita, Pedro Nuno Santos reconheceu que "há falhas e problemas" no setor, mas que nestes três anos o Governo aumentou em nove mil o número de profissionais no SNS.
Segundo o governante, "há necessidades, mas existe um esforço que está a ser feito" no Orçamento de Estado para 2019, que reserva mais 500 milhões de euros para a saúde.
"Temos consciência da importância do SNS, e se há partido que tem essa consciência é este, em homenagem aos socialistas, a António Arnaut e a Coimbra, no fundo", enfatizou o dirigente socialista, interrompido pelas palmas de uma sala repleta na Casa Municipal da Cultura de Coimbra.
"É esta a defesa que vamos ter de fazer e muito trabalho nos espera pela frente", disse Pedro Nuno Santos, salientando a necessidade de separar o setor privado e o setor público e investir no SNS, "uma das nossas maiores construções coletivas", e alertando para os riscos do copagamento e de se fraturar a sociedade na defesa da saúde pública.
"São mais de 100 os centros de saúde que estão a ser construídos ou reabilitados em Portugal, 20 Unidades de Saúde Familiar para o próximo ano e tentaremos chegar às 100 novas nestes quatro anos, são cinco hospitais que se prevê começarem a breve prazo e continuaremos o reforço da rede de cuidados continuados, onde ainda há falhas sérias no serviço de saúde", enumerou.
O secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares disse ainda que, em 2019, o Governo vai iniciar "uma reforma estrutural" na saúde oral do SNS, com a criação de 100 gabinetes em centros de saúde em outros tantos concelhos do país.
Segundo Pedro Nuno Santos, no Orçamento do Estado para o próximo ano "não há nenhuma área que tenha quebra" e as áreas em com aumentos maiores são a saúde, educação, cultura e a ciência.
Na sua longa intervenção inicial, de 40 minutos, o governante referiu que o objetivo do Governo é melhorar o acesso às reformas antecipadas, aumentar as pensões acima do valor da inflação e executar a segunda fase do descongelamento das carreiras dos trabalhadores do Estado.
"Não são quatro anos de manutenção do poder, são quatro anos de resultados económicos e sociais, com os melhores resultados em matéria de contas públicas que alguma vez a democracia portuguesa já conheceu", rematou Pedro Nuno Santos.
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