“Para 2020 perspetiva-se que a economia portuguesa continue em expansão, pelo sétimo ano consecutivo, prevendo-se um crescimento real do PIB de 1,9% (crescimento idêntico ao do ano anterior)”, indica o Relatório que acompanha a proposta do OE2020.

“Este crescimento está em linha com o previsto na última atualização do Programa de Estabilidade 2019-2023”, apresentado em abril, acrescenta o executivo.

Contudo, face às previsões inscritas no Projeto de Plano Orçamental, enviado à Comissão Europeia em 15 de outubro, trata-se de uma revisão uma décima abaixo dos 2% antecipados pelo executivo na altura.

A previsão do Governo para a evolução da economia em 2020 é mais otimista do que a da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (1,8%), Comissão Europeia e Conselho das Finanças Públicas (1,7%) e do Fundo Monetário Internacional (1,6%).

Na proposta de OE hoje entregue na Assembleia da República, o Governo projeta um crescimento de 2% do consumo privado, após a estimativa de uma expansão de 2,2% para este ano.

“O crescimento do consumo privado deverá manter-se robusto (2%), suportado pelo crescimento dos salários e do emprego, sendo mais acentuado na componente de bens correntes não duradouros”, lê-se no relatório.

Para o investimento, o executivo antecipa uma expansão de 5,4%, um abrandamento face ao crescimento de 7,3% estimado para este ano, “em resultado de um menor crescimento do investimento privado, parcialmente compensado por uma aceleração do investimento público”.

A proposta de OE2020 prevê também uma aceleração das exportações para 3,2% depois dos 2,5% antecipados para este ano.

“Estima-se que a ligeira recuperação do crescimento da área do euro dê um contributo positivo para a dinâmica da procura externa relevante para as exportações portuguesas”, refere o Governo.

Já para as importações, o Governo prevê o inverso, um abrandamento do ritmo de expansão para 4,4% face à estimativa de 5,2% estimada para o ano em curso, “em linha com a evolução da procura global”.

No que respeita a taxa de desemprego, o Governo prevê que se fixe em 6,1% em 2020, abaixo dos 6,4% estimados para este ano.

Já no Projeto de Plano Orçamental enviado a Bruxelas em 15 de outubro, o executivo esperava uma taxa de desemprego de 5,9%.

Relativamente à inflação medida pelo Índice de Preços no Consumidor (IPC), “deverá recuperar em 2020, prevendo-se um crescimento de 1%, após uma desaceleração significativa em 2019”, antecipa o executivo.