Fonte oficial do partido adiantou à agência Lusa que a próxima reunião da Mesa Nacional bloquista, que decorre no primeiro fim de semana do próximo ano, tem na ordem de trabalhos a análise da “proposta de Orçamento do Estado entregue pelo Governo na Assembleia da República”.

Na terça-feira, na primeira reação à proposta orçamental do Governo, a deputada e dirigente Mariana Mortágua, quando questionada sobre o sentido de voto do partido, disse apenas que a direção do BE iria “avaliar este documento para definir o seu voto na generalidade” uma análise que teria “em conta, por um lado, as insuficiências que o documento neste momento deixa claro aos olhos de todos, mas também as reais possibilidades de o melhorar".

Esta avaliação referida por Mariana Mortágua será assim feita nesta reunião do órgão máximo do BE entre convenções, marcada para 04 de janeiro, devendo assim ser decidido o sentido de voto na generalidade.

Nessa primeira reação, a deputada bloquista criticou as "muitas insuficiências" e "falta de compromisso" da proposta do OE2020, considerando que por ter sido desenhada "pela obsessão do PS com o excedente orçamental" é de recuo face aos últimos quatro anos.

Já na quarta-feira, no Palácio de Belém, à saída da audiência com o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, a coordenadora do BE, Catarina Martins, lembrou ao PS que não tem maioria absoluta e disse esperar que socialistas e Governo deem sinais de que querem negociar o OE2020.

Questionada se houve medidas que foram acordadas e que não constam do documento, Catarina Martins respondeu que "o BE teve o cuidado de fazer chegar ao Governo propostas de convergência", acrescentando: "Registamos que, em concreto, elas não estão refletidas no Orçamento do Estado".

Horas mais tarde, num jantar do BE no Porto, a líder bloquista criticou que a proposta orçamental do BE seja "uma desilusão" ao travar o trabalho desenvolvido durante os últimos quatro anos e “não responder aos problemas” do país.