O ministro de Estado e das Finanças, João Leão, e o secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares, Duarte Cordeiro, estão hoje a apresentar aos partidos as linhas gerais da proposta do OE2021.

No final da reunião com o BE, o líder parlamentar bloquista, Pedro Filipe Soares, deixou claro que este encontro com o Governo não foi para prosseguir o diálogo que o partido tem mantido ao longo das últimas semanas sobre o Orçamento do Estado, adiantando que para isso haverá "outras reuniões ao longo desta semana", nas quais espera que possa ter algumas conclusões.

"Esta reunião de hoje não altera nada do que nós dissemos nos últimos dias. Teremos reuniões nos próximos dias e esperamos que, essas sim, tenham uma alteração qualitativa na resposta que o Governo tem dado e na aproximação a posições que defendem não posições políticas, mas soluções para a vida das pessoas", apelou.

Questionado sobre o défice, Pedro Filipe Soares assinalou que o país atravessa "uma situação extraordinária e exatamente por isso um conjunto de pressões que existiam em torno da questão do défice não existem neste momento".

"Se queremos ter uma recuperação rápida deveremos dar prioridade ao investimento que ajude a essa recuperação. Se nós formos temerários na execução desse investimento nós estaremos a atrasar a nossa recuperação", avisou.

O líder parlamentar bloquista garantiu ainda que as medidas que o partido colocou em cima da mesa "são as responsáveis porque dão conta dessa necessidade de, no imediato, parar esta crise para que ela não se aprofunde".

"No período da troika à crise se foi acrescentando crise pelas escolhas e o resultado foi uma destruição brutal da economia, do emprego, dos rendimentos das famílias e é algo que nós não estamos disponíveis a aceitar neste quadro", advertiu.

Confrontado com o tema do Novo Banco, Pedro Filipe Soares lembrou que os bloquistas já disseram ao Governo que não iam "em truques contabilísticos".

"Do nosso ponto de vista não há nenhuma mudança face àquilo que já foi dito anteriormente quer pelo governo quer por nós e esperamos que nos próximos dias possa haver algumas alterações para defendermos o país", afirmou.

Para Pedro Filipe Soares, o OE2021 "tem de ser capaz de atacar os problemas estruturais do país, alguns que já existiam", voltando a elencar uma espécie de caderno de encargos dos bloquistas como a resposta à fragilidade das relações laborais e aos apoios sociais deixam muita gente para trás, os serviços públicos precisam de investimento ou o "sistema financeiro que nunca está cansado de sugar os recursos do país".

"É necessário mudar estruturalmente as respostas que o país tem dado em cada um deles", enfatizou.

A votação na generalidade do OE2021 está marcada para 28 de outubro e a votação final global para 27 de novembro.

(Artigo atualizado às 12:27)