Em declarações aos jornalistas à margem de uma visita ao Centro de Controlo Oceânico da NAV Portugal na ilha de Santa Maria, no âmbito da campanha para as eleições regionais dos Açores, Catarina Martins sublinhou que, “olhando para as letras miudinhas” do Orçamento do Estado para 2021, percebe-se que o que “está anunciado não terá repercussão nenhuma na vida das pessoas e não responde às necessidades do país”.
“O que precisamos não é de um Orçamento que faz anúncios mais ou menos iguais aos anúncios do Orçamento passado. O que precisamos é de um Orçamento que responda mesmo por um ano muito duro de crise com muita responsabilidade. E para isso é preciso a proteção social para acudir às vitimas da crise. E para isso é preciso que o SNS tenha os profissionais [de que necessita]", acrescentou.
Questionada sobre se a viabilização do Orçamento do Estado na generalidade por parte do BE está do lado do Governo, Catarina Martins respondeu: “O Governo sabe que sim”.
“O Governo conhece as prioridades do Bloco de Esquerda: conter a vaga de despedimentos, apoiar as vítimas da crise, ter um serviço nacional de saúde que responda e ter critérios de transparência na forma como os dinheiros públicos são usados. Isto é absoluta sensatez”, elencou.
Relativamente à convocatória para uma reunião de negociação com o Governo na terça-feira, Catarina Martins registou que a mesma surge depois de “declarações destemperadas” do PS, numa referência ao facto de ter sido acusada pelos socialistas de mentir.
“O Governo, compreendendo que [essas declarações] não tinham nenhum sentido, marcou as reuniões, que nós já estamos, aliás, à espera e disponíveis há bastante tempo”, referiu.
A Assembleia da República começa no dia 27 a debater a proposta do Governo de Orçamento do Estado para 2021, estando a votação na generalidade marcada para o dia seguinte.
Na terça-feira, o BE sublinhou que as divergências sobre o Orçamento do Estado para 2021 não são sobre detalhes, "mantendo a porta aberta" para que o PS reconsidere em quatro matérias, sem as quais não tem condições para viabilizar o documento.
A Mesa Nacional do BE vai reunir-se no dia 25 para decidir o sentido de voto do partido na generalidade.
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