"Em 2021, o Governo prossegue as ações necessárias para assegurar a substituição das interligações por cabo submarino entre o continente e as regiões autónomas", refere a versão preliminar da proposta de Orçamento do Estado para 2021 (OE2021), a que a Lusa teve hoje acesso.
Isso inclui as interligações de comunicações eletrónicas entre as respetivas ilhas, "para que as regiões autónomas sejam servidas por boas infraestruturas de telecomunicações, elaborando um estudo económico-financeiro e um modelo de contratação da construção e da exploração, bem como o respetivo plano de desenvolvimento do projeto", lê-se no documento.
De acordo com um diploma publicado em Diário da República, em 30 de setembro, o investimento na substituição dos cabos submarinos entre o continente e as regiões dos Açores e Madeira é de 118,9 milhões de euros, os quais deverão estar operacionais em 2024 e 2025, respetivamente.
Para tal, a IP Telecom, responsável pelo investimento, tem de "lançar o concurso público internacional até ao final do ano de 2020 e adjudicar a construção e instalação até ao final de 2021, sendo expectável um prazo de dois anos para a instalação física", de acordo com o diploma publicado no mês passado.
O novo conjunto de infraestruturas de cabos submarinos do anel CAM vai dispor de seis pares de fibras óticas em todos os segmentos, complementado por um par de fibras óticas, a partir da Madeira, e deverá ser dotado de equipamento de deteção sísmica, para produção de alertas, de medições ambientais, de deteção de atividade náutica submarina e de transmissão de dados de projetos científicos.
As interligações entre Portugal continental e os arquipélagos dos Açores e da Madeira são atualmente asseguradas através de um sistema de cabos submarinos: dois a partir de Carcavelos, um para a ilha de São Miguel e outro para a ilha da Madeira, e um terceiro entre São Miguel e a Madeira (o conjunto designado 'anel CAM'), num total de 3.700 quilómetros.
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