“O desdobramento tem o efeito contrário. Se nós desdobrarmos os escalões do IRS o que acontece é vamos aumentar a capacidade tributária do próprio Estado, vamos ter janelas mais pequenas e as ligeiras flutuações ao nível de rendimentos que vão ser mais tributados do que estão a ser atualmente o que significa que o Estado vai roubar mais dinheiro às pessoas e vai diminuir a sua capacidade de poupança e de libertar a classe média”, afirmou Francisco Rodrigues dos Santos, no Porto.
O líder centrista comentava o anúncio do primeiro-ministro de que o Governo está a trabalhar para que no próximo Orçamento se introduzam desdobramentos nos escalões de IRS entre 10 e 20 mil euros e entre os 36 e 80 mil euros.
Numa visita à 56.ª edição da Capital do Móvel, que decorre até 12 de setembro, na Alfândega do Porto, Francisco Rodrigues dos Santos, considera que tem de haver uma redução dos escalões do IRS e também das taxas que estão associadas “para que trabalhar compense” e seja possível, por um lado “fugir da situação de pobreza”, e por outro “reparar o elevador social.
“O que nós propomos, e está vertido nas propostas que vamos apresentar no quadro do próximo Orçamento do Estado é precisamente que haja menos escalões do IRS com taxas mais reduzidas”, explicou.
Para Francisco Rodrigues dos Santos enquanto o primeiro-ministro “que parece estar a prazo” não conseguir reduzir a estrutura de despesas do Estado, são os portugueses quem vai “pagar esta fatura”.
O presidente do CDS-PP considera que a redução do número de escalões de IRS como propõe não aumentaria as desigualdades, porque com escalões “justos e taxas adequadas aos níveis de rendimentos”, a tributação estaria na medida da capacidade do esforço fiscal das pessoas.
“O que acontece em Portugal é que muitas vezes trabalhar mais não compensa porque as pessoas sobem de escalão e ao final do mês levam mesmo dinheiro para casa do que se tivessem no escalão anterior”, exemplificou.
Rodrigues do Santos considera que a classe média em Portugal está a ser “esmagada pelos impostos e acusa o Governo socialista de alimentar uma máquina do Estado “tão grande” para servir os seus próprios interesses.
“A nossa classe média está a ser esmagada com impostos, nunca os portugueses pagaram tantos impostos ao estado como hoje, porque nunca foi necessário pagar uma máquina do estado tão grande, que é o verdadeiro sufoco das famílias e das empresas. O governo socialista ocupou o Estado que é lá que vivem os seus familiares, os seus amigos, as suas clientelas e tem que o alimentar”, declarou.
O líder centrista rejeitou ainda a visão de António Costa sobre a recuperação económica do país, acusando o primeiro-ministro de viver no país das maravilhas.
“Parece-nos que António Costa vive no país das maravilhas, mas o problema é que os portugueses vivem no país de António Costa. Foi uma descrição do país que parece tirada de um filme de ficção em que António costa continua absolutamente vidrado, absolutamente fixado no estado, apaixonado pelos seus parceiros de esquerda com quem desenha os Orçamentos do Estado e ignora o país real”, disse, num comentário a entrevista do primeiro-ministro à TVI.
E nesse país real, acrescentou, “já não suficiente para as pessoas não serem pobres”.
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