“Queremos uma democracia que, em cada momento, saiba aproveitar oportunidades, sobretudo quando elas são únicas, e esta é uma oportunidade única”, referiu Marcelo Rebelo de Sousa, aludindo ao Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) e ao Orçamento do Estado para 2022 (OE2022), que o chefe de Estado já tinha referido ser importante na “reconstrução” de Portugal depois da pandemia.
Enquanto discursava na inauguração da ampliação do Centro de Distribuição da SONAE, em Vila Nova da Rainha, concelho da Azambuja (distrito de Lisboa), o Presidente da República sustentou que é necessário um “esforço de concertação, de entendimento, de conjugação de iniciativas”, que está a ocorrer “um pouco por todo o país”.
“Que o mesmo esforço haja naqueles que têm responsabilidades políticas”, completou, acrescentando que “não se trata de ceder nos princípios ou de recuar naquilo que é a visão de cada qual para o futuro do país”.
No entendimento de Marcelo Rebelo de Sousa “trata-se de perceber que este é um momento em que cada dia, cada mês, cada seis meses, fazem a diferença”.
“Não há empates neste domínio. Empatar tempo é perder o jogo”, completou.
O chefe de Estado considerou também que ainda que existam algumas comparações estatísticas com 2019, Portugal tem de estar melhor do que estava antes da crise socioeconómica provocada pela pandemia.
O país tem de “acompanhar os saltos” digital, energético e científico-tecnológico “deste momento singular”, completou, e em até 2030 vai ser possível aferir se “a oportunidade foi ganha ou perdida”.
“Esse salto está presente em toda a Europa e nas economias mais avançadas do mundo. Estão a dá-lo e vão ter de o dar. Nós, por termos entrado na quarta vaga mais cedo, estamos, de acordo com os dados disponíveis, a sair dela também mais cedo, temos a obrigação de aproveitar esse ensejo para não sermos nem os do meio, nem os do fim, deste processo que é um novo ciclo económico”, alertou o Presidente da República.
Marcelo Rebelo de Sousa explicitou que “não é que o país acabe se a oportunidade tiver sido perdida”, mas fica “um país muito menos progressivo, virado para o futuro, aberto a criar oportunidades aos mais jovens, e, portanto, é um país pior do aquele que poderá ser”.
Os fundos europeus “são uma ocasião” para o país caminhar em direção ao futuro, “mas não esgotam a oportunidade”, alertou.
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