Marco Tulio Pellegrini revelou também que a OGMA precisa de recrutar técnicos de manutenção para crescer.
“O mercado de aviação comercial, manutenção de aeronaves civis e de defesa é bastante promissor”, disse, em entrevista à Lusa, em vésperas do centenário da empresa.
O gestor brasileiro considerou que em Portugal existe a mão-de-obra de que a empresa precisa, “talvez transferindo de uma empresa para outra”, e elogiou os profissionais portugueses que encontrou. “Os técnicos são muito bem formados, o corpo técnico em Portugal é muito bom, os engenheiros são muito bons, não devem absolutamente nada a outro país”.
Por outro lado, referiu, “têm uma capacidade de comunicação”, sendo comum um engenheiro ou um técnico tem capacidade para falar mais do que uma língua, entre francês, inglês e espanhol.
Questionado sobre a área que precisa mais de técnicos, o responsável pela empresa citou a manutenção de aviação comercial, onde o mercado tem crescido na ordem dos 5% a 10% ao ano.
“A TAP é um exemplo de uma empresa que vem crescendo ao longo do tempo e onde tem sido gerada a maior demanda de novos mecânicos”, declarou.
A OGMA completa 100 anos na sexta-feira com uma cerimónia em que estarão presentes embaixadores de mais de 30 países, o que reflete o vasto leque de clientes da empresa.
As oficinas são uma espécie de Nações Unidas da aviação civil e militar, com aeronaves dos mais diversos países, seja na vertente civil ou militar, estejam em paz ou conflito, tenham ou não relações diplomáticas.
“É essa a magia da aviação”, confessou o gestor, acrescentando que a empresa tem centenas de clientes das várias regiões do mundo. “Eu diria que de todos os continentes temos clientes”.
No dia que assinala o centenário, a história da OGMA será recordada com a apresentação de um vídeo, a edição de um livro e uma homenagem ao funcionário mais antigo que passou pela empresa, contratado em 1943, avançou Pellegrini, que espera também a presença do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.
Está igualmente prevista a inauguração de um centro histórico no local onde nos anos de 1920 foi construído um hangar específico, com o teto em madeira, para a manutenção de balões.
Hoje os clientes da OGMA vêm de todo o mundo para procurar os serviços de manutenção de aeronaves ou construção de aeroestruturas, peças e componentes.
Sem revelar o plano de investimentos para o futuro porque “antes tem de ser aprovado pelos acionistas”, o CEO indicou que vê boas perspetivas de expansão no sentido da atual vocação da empresa, mantendo a vertente civil e militar.
“É uma empresa centenária, com muita competência técnica de atender clientes de todos os segmentos (…). Hoje, eu diria que a limitação para o crescimento está associada ao recrutamento de mão-de-obra especializada”, declarou.
Juntamente com o Estado português, Marco Pellegrini tenciona avaliar como pode ser preparada essa mão-de-obra para “atender a OGMA e demais operadores do mercado português”.
O executivo manifestou-se favorável à ideia defendida pelo presidente da Câmara de Vila Franca de Xira, Alberto Mesquita, para um maior aproveitamento da pista existente no local, no sentido de criar um aeroporto geral, combinando a vertente civil com a militar: “Seria benéfico para toda a sociedade”.
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