Primeiro-ministro

Em Bruxelas, o primeiro-ministro Luís Montenegro afirmou que saúda "do ponto de vista democrático a viabilização deste instrumento para o programa do Governo. Nós fizemos um esforço muito significativo de aproximação às preocupações do PS. Somos humildes e sabemos reconhecer que apesar de termos vencido as eleições, apesar do povo português ter escolhido um líder para o Governo, não temos maioria absoluta. Temos de garantir condições maioritárias para aprovar os elementos legislativos mais relevantes. Saúdo o sentido de responsabilidade do PS", explicou.

"O Governo está agora dependente da sua capacidade de executar o seu programa. Creio que não há, em seis meses, um conjunto tão significativo de decisões. Vamos governar bem, tudo o que depender do Parlamento terá de ser feito caso a caso. Quanto a 2026, estamos empenhados neste primeiro. Não antevejo problemas de maior numa discussão na especialidade. O Governo está aberto, em casos pontuais, a discutir, mas não é o Governo que quer alterar a proposta de lei do OE".

PSD

“A decisão de Pedro Nuno Santos de viabilização total do Orçamento do Estado para 2025 é responsável e revela que o interesse nacional prevaleceu”, escreveu Hugo Soares, numa publicação na rede social X.

O líder parlamentar e secretário-geral do PSD defendeu que a proposta orçamental do Governo para 2025 é boa “para os jovens, para os trabalhadores, para os pensionistas e para as empresas”.

“Uma certeza: ganha Portugal”, acrescentou.

PAN

Inês de Sousa Real disse que a abstenção do PS “deve representar uma oportunidade para que em sede de especialidade se possa corrigir os retrocessos” do OE2025 em áreas como a proteção animal e do ambiente e também “em matéria de direitos sociais e humanos, como é o caso do combate à pobreza e à vulnerabilidade extrema, nomeadamente com os projetos ‘housing first’ para as pessoas em situação de sem-abrigo”.

“E hoje, no dia da erradicação da pobreza, é especialmente relevante que o próximo orçamento possa de facto corrigir estas lacunas e esta falta de ambição para aquela que deve ser uma visão de médio e longo prazo para a recuperação do país, mas também para termos um país mais progressista e mais sustentável social e ambientalmente”, defendeu a deputada.

A porta-voz do partido Pessoas-Animais-Natureza apelou também a PS e PSD que, na especialidade, “deem oportunidade aos partidos que de forma construtiva têm sempre feito oposição, como é o caso do PAN”.

“Da nossa parte não nos demitiremos de apresentar propostas de alteração para vermos espelhadas as causas que representamos aqui na Assembleia da República no Orçamento do Estado”, indicou.

Inês de Sousa Real disse também que já existiam “alguns sinais de que a decisão do PS se poderia encaminhar num sentido de viabilização do Orçamento do Estado, tendo em conta o contexto político do país”.

Iniciativa Liberal (IL)

"Este é um mau orçamento que resulta de um entendimento entre o PS e PSD. O país viveu um drama e Pedro Nuno Santos não consegue apresentar uma justificação. Andou a ensaiar uma fuga, para agora chegar a esta conclusão. Deve ter sido derrotado internamente. Do ponto de vista do país é um mau orçamento. Eu vou agora reunir com o Concelho Nacional e reunir o Grupo Parlamentar no domingo.  Ao contrário do PS, nós não anunciamos uma data e depois adiantamos essa data por pressão, como fez o PS. Isto é uma enorme fragilidade de Pedro Nuno Santos. Os argumentos que apresenta representam derrota, cedência. Tornou-se na guarda pretoriana da AD", disse Rui Rocha, presidente da IL.

LIVRE

"Este OE é negativo, por parte do Livre. É um facto que o país teve eleições há pouco tempo. O Livre ainda não definiu o seu sentido de voto em relação a esta matéria. Respeitámos a posição do PS", afirmou Paulo Muacho, deputado do partido.

PCP

Paula Santos afirmou que os comunistas não “aceitam intervir com base na pressão e chantagem” da ideia de “ou há orçamento ou há eleições”.

Paula Santos considerou que Pedro Nuno Santos “determinou a sua disponibilidade para o agravamento da injustiça fiscal” e mostrou a “convergência do PS” com o Governo no “sentido do favorecimento dos grupos económicos, que é o que no essencial consta desta proposta de Orçamento”.

“Eu queria deixar muito clara a oposição por parte do PCP em relação à proposta deste orçamento, por tudo aquilo que ela representa, do que contém e que não contém, e a necessidade de reafirmar a necessidade de uma política alternativa, porque o país não está condenado a este caminho que nos querem impor”, acrescentou.

A líder parlamentar dos comunistas reiterou ainda que os “trabalhadores podem contar com a intervenção” do PCP para defender um alternativas, nomeadamente ao nível do reforço de rendimentos e investimento no serviços públicos.