As razões para esta situação negativa têm a ver com a queda da contribuição para o negócio global dos parceiros chineses, da Daimler e, em particular, da Nissan, bem como devido ao agravamento da própria atividade automóvel, justifica a Renault na apresentação dos resultados anuais de 2019, hoje divulgados.
O fabricante automóvel Nissan contribuiu apenas com 242 milhões de euros para os resultados da multinacional francesa no ano passado, depois de no ano anterior ter contribuído com 1.509 milhões de euros, explicou o grupo francês no comunicado.
Quanto aos chineses e à Daimler, em conjunto, apresentaram um prejuízo de 432 milhões de euros, na comparação com os 31 milhões de euros de resultados positivos de um ano antes.
Mas, para lá do contributo dos outros parceiros, o resultado operacional da Renault, sozinha, diminuiu para 2.105 milhões de euros, contra 2.987 milhões de euros em 2018, enquanto a faturação recuou 3,3%, para 55.537 milhões de euros.
Em consequência, a margem operacional, que se calcula dividindo-se a receita operacional pelas vendas líquidas, diminuiu 4,8%, isto é, menos 1,5 pontos percentuais, na comparação com o ano anterior.
Se se excluir a atividade financeira (empréstimos para a compra de veículos), que melhorou um pouco em 2019, a margem operacional apenas do negócio de automóveis e deixando de parte a subsidiária russa Avtovaz, caiu para 2,6%, contra os 4,3% registados no ano anterior.
Tudo isto se refletiu, em particular, na queda das vendas da Renault em importantes mercados, como Argentina, Turquia e Argélia.
Além disso, a Renault teve de encaixar o efeito negativo da diminuição do peso dos veículos a diesel matriculados.
Na Argentina e no Chile, face ao descalabro comercial registado, e à depreciação das divisas, o grupo francês decidiu depreciar os seus ativos em 300 milhões de euros.
A administração da Renault propôs a distribuição um dividendo de 1,10 euros por ação, o que representa um terço dos 3,55 euros por ação, relativos ao exercício de 2018.
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