Maria do Céu Albuquerque foi hoje à Associação de Criadores do Maronês, em Vila Real, onde assistiu à inscrição deste agrupamento de produtores na plataforma www.alimentequemoalimenta.pt.

Este foi, segundo a ministra, um dos setores “mais afetados” durante a crise sanitária provocada pela covid-19 até porque os principais canais de escoamento, como restaurantes e hotéis, foram dos primeiros estabelecimentos a fechar, verificando-se também “uma retração do consumo individual”.

“No espaço de uma semana já temos cerca de 700 produtores que se inscreveram (na plataforma) e já temos mais de 50 mil interações com possíveis consumidores”, afirmou Maria do Céu Albuquerque.

Com o objetivo de apoiar e agilizar o escoamento de produtos locais, frescos, seguros e de qualidade, o Ministério da Agricultura, em parceria com os seus organismos, com a Federação Minha Terra, os grupos de ação local e os municípios, criou a plataforma “alimente quem o alimenta”.

Qualquer produtor poderá efetuar o seu registo na plataforma para anunciar os seus produtos e cabazes disponíveis para encomenda/entrega e condições associadas.

O consumidor poderá pesquisar por produtos e por concelho, identificando, desta forma, os produtores da sua região a quem poderá encomendar os seus produtos.

Luis Pereira, presidente da Associação de Criadores do Maronês, apontou quebras nas vendas desta carne DOP (Denominação de Origem Protegida) na ordem dos “95%”, porque o “principal mercado era a restauração”.

O responsável referiu que esta forma de comércio eletrónico “é mais uma via de escoamento” que pode ajudar nas vendas desta carne, cujos produtores de “raça pura” se espalham pelos concelhos de Vila Real, Vila Pouca de Aguiar, Ribeira de Pena, Mondim de Basto e Amarante.

“Queremos também alimentar esta ideia de que, com os produtores e com os consumidores, temos que assumir uma responsabilidade coletiva para podermos dar garantia à produção nacional que não parou e que continua a alimentar-nos a todos, todos os dias, com alimentos em quantidade, alimentos seguros e com a qualidade nutricional que também nos ajudam a ter uma melhor saúde”, salientou a ministra.

Referiu que esta plataforma “não é concorrencial de outras”, pelo contrário, congrega” outras iniciativas, e “tem a particularidade de permitir que a relação seja direta entre o produtor e o consumidor, nomeadamente através do telefone”. Muitos destes produtores têm também pontos de venda local.

Maria do Céu Albuquerque lembrou outras medidas que têm sido tomadas, nomeadamente com a “flexibilização de regras e com a garantia de que a tesouraria das empresas e o seu fundo de maneio está assegurado para dar continuidade ao trabalho”

“No entanto, fomos pedindo à Comissão Europeia um conjunto de medidas excecionais que conseguimos que, finalmente, fossem aprovadas e que, em concreto, vêm permitir que o armazenamento privado para o setor dos laticínios, leite desnatado em pó, as manteigas e os queijos, mas também para a carne de vaca, ovinos e caprinos”.

A Comissão Europeia aprovou esta quarta-feira um pacote de medidas à agricultura, no âmbito das ajudas para menorizar as consequências da pandemia da covid-19, e que incluem apoio à armazenagem nos setores do leite e da carne.

“Aguardamos a publicação dos regulamentos e com isso conhecermos mais em concreto as regras específicas. Mas, é um fator acrescido de motivação para quem está a trabalhar e para garantir que pode retirar do mercado este produto e voltar a pô-lo, nomeadamente quando necessários e quando os preços já estiverem mais equilibrados”, afirmou.

Antes de chegar a Vila Real, a ministra passou por uma exploração agrícola de Paredes, onde assistiu à preparação de cabazes de hortícolas e frutas, por parte de uma produtora local que abastece, por semana, à volta de 100 famílias da região do Porto.

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