“Temos, no Porto, grandes competências para acolher a agência. O mais importante é que venha para Portugal. Quisemos expor os nossos argumentos para a acolher. Escrevi uma carta, não a reivindicar, mas a mostrar o nosso interesse”, disse Rui Moreira, referindo-se à candidatura que Portugal apresentou em abril para Portugal acolher a Agência Europeia do Medicamento (EMA, na sigla original).

O autarca fez a revelação depois de manifestar não ter interesse que a autarquia gaste “30, 40 ou 50 milhões euros” para o Porto acolher o festival da Eurovisão, rejeitando a sugestão do vereador do PSD Ricardo Almeida para “forçar a RTP a fazer um concurso público transparente” para decidir qual a cidade que vai acolher o evento.

“Relativamente à EMA, escrevi uma carta ao primeiro-ministro a louvar o interesse português em ficar com a agência, que não é um epifenómeno. Quanto à Eurovisão, acho que ainda está tudo no suponhamos, mas se há uma cidade que quer pagar, por mim, dispenso”, afirmou Rui Moreira.

A questão foi levantada pelo vereador social-democrata Ricardo Almeida, que sugeriu que Moreira liderasse “um processo que force a RTP a fazer um concurso público transparente, para que a decisão [sobre a cidade portuguesa que vai acolher o festival da canção em 2018] não seja feita num diretório em Lisboa”.

“A RTP, eventualmente, não vai fazer um concurso público, como têm feito outros países para escolher a cidade realizadora do próximo festival da canção”, referiu o social-democrata.

“Li, até com estupefação, os valores envolvidos. Com esse valor, construíamos um sítio”, respondeu Rui Moreira.

Vários órgãos de comunicação social indicaram na segunda-feira o MEO Arena como a hipótese mais provável para a realização do Festival Eurovisão da Canção de 2018 em Portugal, na sequência da vitória de sábado de Salvador Sobral, referindo que a organização do evento representa uma despesa de cerca de 30 milhões euros.

Sobre a EMA,o candidato do PSD à Câmara do Porto, Álvaro Almeida, já havia defendido no final de abril que a agência deveria ser instalada naquela cidade uma vez que, disse, "tem as melhores condições logísticas e humanas" para a acolher.

"Esperamos sinceramente que o presidente da câmara perceba a importância desta oportunidade e o significado que teria para o desenvolvimento sustentado e diversificado de que o Porto necessita e o faça ver junto do Governo", referiu então.