Carlos César falava aos jornalistas no final do primeiro de dois dias de debate na generalidade da proposta de Orçamento do Estado para 2017, depois de confrontado com as críticas da oposição, sobretudo do CDS-PP, ao facto de o primeiro-ministro, António Costa, ter estado hoje em silêncio, prevendo-se que apenas fale na sessão de encerramento, na sexta-feira.
De acordo com o líder parlamentar do PS, a controvérsia em torno de quem do Governo falou hoje e quem falará pelo executivo na sexta-feira "faz parte dos detalhes".
"Discutir-se quem fala primeiro e quem fala depois é muito próprio da incapacidade das pessoas quando não sabem falar sobre políticas e opções a tomar", reagiu Carlos César.
Confrontado com o facto de ser inédita a substituição do primeiro-ministro pelo ministro das Finanças, Mário Centeno, na intervenção de abertura da discussão na generalidade do Orçamento do Estado, Carlos César contrapôs com o caso da Assembleia Legislativa Regional dos Açores.
"Estive 16 anos como presidente do Governo Regional dos Açores e as apresentações dos orçamentos começavam com os secretários das finanças. No fim eu é que encerrava o debate", disse.
Para o líder da bancada socialista, "o dia de hoje na Assembleia da República foi a demonstração de que Portugal tem uma oposição que não apresenta em concreto outra proposta que não seja a sua governação do passado".
"Por outro lado, temos um conjunto de partidos associados à investidura do atual Governo que acredita que este caminho é realizável, traz vantagens às famílias portuguesas e já demonstra a sua capacidade de mobilizar os agentes económicos, tanto ao nível do investimento interno como externo", advogou.
Carlos César defendeu ainda que o debate demonstrou que o país está perante "um Governo de boas contas públicas, que conseguiu associar a dimensão de Estado social ao cumprimento de metas orçamentais, sendo exemplo disso as previsões de diminuição do défice e da dívida pública no próximo ano".
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