Em conferência de imprensa ‘online’ para apresentar os resultados do estudo “covid-19 — Impacto na atividade turística”, a secretária-geral da AHRESP, Ana Jacinto, adiantou que das 75% de empresas encerradas quase 70% dizem respeito à área do alojamento turístico e 33% à restauração.
O mesmo inquérito, realizado entre os dias 01 e 03 de abril e que contabilizou cerca de duas mil respostas, indica, também, que 50% das empresas inquiridas pretende avançar para o ‘lay-off’ simplificado, uma das medidas governamentais de apoio às empresas.
Desses 50%, cerca de 70% admitiu não conseguir pagar salários este mês de abril, se, entretanto, a Segurança Social não fizer a entrega atempada do apoio previsto, que deverá ser pago em 28 de abril.
Do conjunto de empresas que disse pretender avançar para ‘lay-off’, 75% adiantou que é uma medida para aplicar a todos os seus trabalhadores.
Quase 80% das empresas associadas da AHRESP disse não ter recorrido a apoios financeiros e, dos 23% que o fizeram, 2/3 recorreu à linha de apoio do Turismo de Portugal, que se destina a microempresas.
Das empresas que responderam ao inquérito, 60% referiu “claramente que as linhas de apoio não são adequadas às suas necessidades e indicaram como prioritário o apoio a fundo perdido”, acrescentou Ana Jacinto.
Quanto a despedimentos, 94% das empresas ainda não demitiu qualquer trabalhador, porém 30% refere que já não conseguiu pagar salários em março e 80% estima uma ausência total de faturação em abril e maio.
“O impacto no emprego é tremendo, o impacto na faturação é tremendo e o cenário só vem confirmar aquilo que a AHRESP tem vindo a dizer”, afirmou a secretária-geral da associação.
“Urge que sejam concretizadas medidas sérias de apoio direto à tesouraria das empresas para que possam sobreviver e manter os postos de trabalho”, advertiu a responsável.
Para a AHRESP, as empresas devem ser apoiadas com dinheiro a fundo perdido, para evitar o sobreendividamento.
“Não há outra alternativa, porque as empresas não vão aguentar” os “custos enormíssimos” que terão de saldar quando acabar a crise, sublinhou.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de um milhão de pessoas em todo o mundo, das quais morreram perto de 54 mil.
Dos casos de infeção, cerca de 200.000 são considerados curados.
Em Portugal, segundo o balanço feito hoje pela Direção-Geral da Saúde, registaram-se 246 mortes, mais 37 do que na véspera (+17,7%), e 9.886 casos de infeções confirmadas, o que representa um aumento de 852 em relação a quinta-feira (+9,4%).
Dos infetados, 1.058 estão internados, 245 dos quais em unidades de cuidados intensivos, e há 68 doentes que já recuperaram.
Portugal, onde os primeiros casos confirmados foram registados no dia 02 de março, mantém-se em estado de emergência desde as 00:00 de 19 de março e até ao final do dia 17 de abril, depois do prolongamento aprovado na quinta-feira na Assembleia da República.
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