As declarações foram feitas na "passagem de testemunho” deste órgão informal da União Europeia das mãos do holandês Jeroen Dijsselbloem, numa cerimónia na Embaixada de Portugal em Paris.
"Estou muito motivado para liderar o Eurogrupo nos próximos dois anos e meio. Agradeço ao Jeroen [Dijsselbloem] pelo trabalho duro e pelos compromissos que conseguimos atingir nos últimos cinco anos. Muito foi feito. Saímos da crise, mas o trabalho ainda não acabou, certamente nunca está, mas a janela de oportunidade que temos agora em termos políticos e económicos deve ser usada para completar a reforma das instituições da zona euro", afirmou Mário Centeno antes de receber o 'sino do Eurogrupo' das mãos do holandês.
Mário Centeno explicou que isso concerne a união bancária, a união do mercado de capitais e a política fiscal, sublinhando ser "muito importante ir ao encontro das expetativas dos nossos cidadãos" e construir uma zona euro "mais robusta e resiliente".
"Temos de estar cientes que a preparação para o que está para vir, os desafios que temos têm de ser enfrentados já e preparar-nos para os tempos que estão para chegar na zona euro como um todo", concluiu.
Antes de Mário Centeno, Jeroen Dijsselbloem destacou, por sua vez, o "forte apoio no Eurogrupo" que o português tem e disse estar "feliz" por lhe transferir a pasta.
"Trabalhámos juntos de perto e estou mesmo contente que ele tenha um forte apoio no Eurogrupo, vai impulsionar reformas, impulsionar a modernização da zona euro ainda mais longe. É o melhor momento para assumir [o cargo], a zona euro está melhor, é uma oportunidade para levar as reformas ainda mais longe", afirmou.
Esta quinta-feira, o ministro português foi recebido pelo presidente francês, Emmanuel Macron, no Palácio do Eliseu, e depois deslocou-se ao Palácio de Matignon para uma reunião com o primeiro-ministro francês, Édouard Philippe.
Esta tarde, Mário Centeno vai ao ministério francês da Economia e das Finanças para uma reunião com o seu homólogo Bruno Le Maire.
No dia 22 decorre a primeira reunião do Eurogrupo sob a presidência de Mário Centeno.
Centeno foi eleito presidente do Eurogrupo em 04 de dezembro de 2017, ao impor-se na segunda volta da votação realizada em Bruxelas.
O ministro das Finanças português foi o mais votado na primeira volta (oito votos), após a qual saíram da 'corrida' a letã Dana Reizniece-Ozola e o eslovaco Peter Kazimir, tendo depois derrotado o candidato luxemburguês Pierre Gramegna na segunda volta da eleição.
Centeno é o terceiro presidente da história do fórum de ministros das Finanças da zona euro, depois do luxemburguês Jean-Claude Juncker e do holandês Jeroen Dijsselbloem, assumindo hoje funções para um mandato de dois anos e meio, até meados de 2020.
Para cumprir o mandato até ao fim, Centeno terá, contudo, de se manter como ministro das Finanças depois das eleições legislativas de 2019, já que só titulares desta pasta podem assumir a liderança do Eurogrupo.
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