A seca afetou a campanha de regadio por todo o Alentejo e obrigou à redução das áreas das culturas de primavera/verão, depois de no final de maio a percentagem de água no solo, em relação à capacidade de água utilizável pelas plantas, ter diminuído no Centro e Sul face aos valores dos finais de abril.
As altas temperaturas e escassa precipitação em abril, anteciparam a conclusão do ciclo vegetativo e provocaram uma quebra na produção de matéria verde, segundo o Instituto Nacional de Estatística (INE).
As condições meteorológicas adversas, na floração/formação do grão, penalizaram a produtividade dos cereais e as culturas de outono/inverno tiveram um desenvolvimento vegetativo aquém do normal, segundo o INE, e uma antecipação no ciclo, resultantes da conjugação dos baixos níveis de precipitação com as elevadas temperaturas dos últimos três meses.
Nas fases de floração e início de formação do grão (grão leitoso), que decorreu em abril/maio, o calor e o défice de humidade do solo afetaram a produção, prevendo-se quebras de 5% no centeio, de 15% na cevada, de 20% no trigo mole, no triticale e na aveia e de 25% no trigo duro.
As previsões agrícolas do INE, em 31 de maio, apontam, no entanto, para um bom ano nas fruteiras, com aumento da produtividade da cereja face a 2016 (a mais baixa da última década), devendo ultrapassar as três toneladas por hectare.
Quanto ao pêssego, as geadas tardias dos primeiros dias de maio no interior Centro afetaram a produtividade dos pomares, mas, ainda assim, a produtividade deverá rondar as 9,6 toneladas por hectare, próxima da média das últimas cinco campanhas e superior em 15% à produtividade da campanha passada.
Excetuando a batata de regadio, cuja área plantada deverá aumentar cerca de mil hectares, 5% superior à de 2016 (19 mil hectares), e o tomate para a indústria, em que a área contratada é quase igual à da campanha passada, em todas as restantes culturas de primavera/verão diminuíram as áreas semeadas.
No milho a quebra é de 5%, devido à manutenção dos baixos preços de mercado e à menor disponibilidade de água de rega, a mesma quebra regista-se no arroz, também devido ao pouco armazenamento de água nas albufeiras, e no girassol a quebra atinge 10%.
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