Em declarações à agência Lusa às 08:15, o dirigente Vítor Narciso adiantou que a adesão no segundo dia de greve, por melhores condições de trabalho e pela salvaguarda dos postos de trabalho, rondou os 80% nos turnos que tiveram início às 21:00 e às 22:00 de quinta-feira e às 00:00 de hoje.
“À semelhança do primeiro dia, a adesão ronda os 80% nas três centrais de correio. No que diz respeito aos turnos da manhã, ainda é cedo. Ainda vamos reunir dados”, disse.
Na quinta-feira, o dirigente do SNTCT, Fernando Ambrioso, disse à Lusa que no primeiro dia de greve a adesão média foi de cerca de 70%.
De acordo com a empresa, a paralisação não afetou na quinta-feira o funcionamento dos correios, tendo-se registado uma adesão de 17%, que levou apenas ao encerramento de duas das 608 lojas CTT.
Na quinta-feira, o presidente dos CTT, Francisco Lacerda, justificou numa audição no parlamento a necessidade de reduzir pessoal com a "queda acentuada" do correio tradicional, com a digitalização, o que considerou que "poderá agravar-se nos próximos anos com a digitalização dos serviços governamentais", e considerou que com o plano de reestruturação anunciado a empresa continuará sustentável e sem degradação do serviço prestado.
Francisco Lacerda recusou ainda falar em despedimentos, referindo que o que estão em causa são saídas naturais de trabalhadores (por reformas), processos de rescisão por mútuo acordo e o não prolongamento de contratos a termo.
Na terça-feira os CTT, que empregam 12 mil trabalhadores, dos quais cerca de sete mil são da área operacional (rede de transportes, distribuição e carteiros), divulgaram um plano de reestruturação que prevê a redução de cerca de 800 postos de trabalho nas operações da empresa ao longo de três anos, devido à queda do tráfego do correio.
De acordo com o SNTCT, a Comissão Executiva dos CTT informou os representantes dos trabalhadores de que pretende reduzir o número de trabalhadores, entre 600 e 700, durante os próximos três anos, com especial incidência em 2019 e 2020.
A paralisação foi também convocada pelo Sindicato Democrático dos Trabalhadores dos Correios, Telecomunicações, Media e Serviços (SINDETELCO), filiado na UGT.
Os CTT - Correios de Portugal, que foram completamente privatizados em 2014, tiveram lucros de 19,5 milhões de euros até setembro deste ano, menos 57,6% dos 46 milhões de euros conseguidos nos primeiros nove meses de 2016.
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