Em comunicado, o sindicato apelou ao Governo, “face ao impasse e à posição de desonestidade” por parte do acionista maioritário da empresa, Alfredo Casimiro, que “encete todas as medidas para, em primeira instância salvar a Groundforce, bem como a recorrer a instâncias próprias para chamar à responsabilidade quem, através de artimanhas financeiras pouco transparentes alavancou ou aliviou outros negócios atirando para um futuro incerto uma empresa lucrativa com 2.400 trabalhadores”.
O STTAMP considerou que “é crucial” que o executivo, liderado pelo socialista António Costa, “pese os prós e os contras do desaparecimento” da Groundforce.
“Estas organizações comprometem-se desde já com o Ministérios e com o Governo na procura de soluções e não de funerais propalados, assim queira o Governo”, acrescenta a nota divulgada.
O Sindicato dos Trabalhadores dos Transportes de Portugal referiu também que é preciso “repartir a quota parte das responsabilidades, cabendo à TAP também a sua fatia”, já que também “soube absorver a parte dos lucros que lhe eram devidos enquanto acionista”.
O acordo entre a TAP e a Pasogal, acionista da Groundforce, falhou, porque as ações do acionista já estão penhoradas e, assim, não podem ser dadas como garantia, disse à Lusa fonte oficial do Ministério das Infraestruturas.
Segundo fonte oficial do Ministério das Infraestruturas e da Habitação, as negociações, que já se arrastavam há vários dias, falharam, porque Alfredo Casimiro, dono da Pasogal, empresa que detém 50,1% da Groundforce, não pode entregar as ações como garantia para o empréstimo, uma vez que já se encontram penhoradas.
Em causa estão as negociações para um adiantamento de 2,05 milhões de euros para pagamento de salários em atraso, relativos a fevereiro, que seria feito pela TAP à Groundforce, em que as ações da Pasogal seriam dadas como garantia.
A TAP é também acionista da Groundforce, com 49,9% do capital, e o princial cliente da empresa da 'handling' (assistência nos aeroportos), e desde novembro tem vindo a fazer adiantamentos à Groundforce, que teve uma grande quebra de receitas devido ao impacto da pandemia no setor da aviação.
Na quinta-feira, em conferência de imprensa, o ministro das Infraestruturas disse que o empréstimo bancário à Groundforce será dado com aval do Estado, realçando que as exigências para o financiamento aguardado serão "as mesmas" que as impostas para o adiantamento pela TAP.
Questionado sobre a demora da operação, apontada pela empresa como justificação para o atraso no pagamento dos salários, o governante adiantou que "havia um conjunto de informação que estava a ser pedida [à empresa], mas não estava a ser dada e isso atrasou o processo".
"A disponibilidade para fazer essa operação existe", disse, referindo que "em princípio, [...] o empréstimo chega durante o mês de março".
Em comunicado enviado na quinta-feira, o acionista privado da Groundforce adiantou estar "já negociado" o empréstimo bancário com aval do Estado, "de 30 milhões de euros das anunciadas linhas Covid".
Na conferência de imprensa, Pedro Nuno Santos sublinhou que "é preciso que se entenda que as exigências que a TAP está a fazer à Groundforce [para o adiantamento de 2,05 milhões de euros para pagamento de salários em atraso] são as mesmas que o Estado português exigirá pelo empréstimo bancário".
"Aquilo que está a ser recusado hoje acabará por ter de ser recusado na altura do empréstimo bancário, porque as exigências são as mesmas", acrescentou.
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