“Houve uma forte adesão à greve, que, até agora, foi claramente superior a 50% em todos os turnos. É um forte sinal do descontentamento dos trabalhadores face à ausência de resposta da empresa às reivindicações salariais e ao aumento extraordinário de salários”, disse hoje à Lusa João Reis, membro da Comissão de Trabalhadores e dirigente do Sindicato dos Trabalhadores do Sector Automóvel (STASA).
“A greve superou as nossas melhores expectativas, o que significa que há um grande descontentamento dos trabalhadores. Temos dados que apontam para uma adesão à greve que, em média, deverá ser de cerca de 75%”, confirmou Eduardo Florindo, do Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Energia e Atividades do Ambiente do Sul (SITE-Sul).
Os dois sindicatos alegam que a disponibilidade manifestada pela empresa para voltar ao diálogo no próximo dia 25 de novembro não era suficiente para levantarem o pré-aviso de greve como tinha pedido a Comissão de Trabalhadores (CT) e consideram que foi dado um sinal claro à empresa.
Os dois sindicatos defendem, por isso, que a CT da Autoeuropa também deve fazer “uma reflexão”, face ao dizem ser uma forte adesão à greve.
De acordo com uma estimativa do STASA, nestes dois dias de greves parciais a Autoeuropa poderá ter produzido menos 300 viaturas do que teria produzido em circunstâncias normais.
A produção diária da Autoeuropa, segundo o mesmo sindicato, é atualmente de 900 veículos por dia.
Os sindicatos, STASA e SITE-Sul, esperam agora que a administração da fábrica de automóveis da Volkswagen, em Palmela, no distrito de Setúbal, apresente, já na próxima reunião com a CT, uma proposta concreta para um aumento extraordinário de salários.
Os trabalhadores da Autoeuropa aprovaram a realização de greves parciais de duas horas por turno na quinta-feira e hoje, que terminam ao final da tarde, por um aumento salarial extraordinário de 5% em dezembro, para compensar a perda do poder de compra devido à inflação.
A administração da fábrica tinha decidido atribuir um prémio único de 400 euros, que deveria ser pago este mês de novembro, mas os trabalhadores consideraram que se tratava de uma proposta insuficiente.
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