Segundo os dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatísticas e Censos (Indec), o índice de preços no consumidor na Argentina situou-se em abril em 289,4% na comparação com o mesmo mês do ano passado, mas na comparação com março, o aumento de preços foi de 8,8%, ficando abaixo dos dois dígitos pela primeira vez desde outubro passado.
A evolução dos preços em abril evidencia uma desaceleração acentuada em relação às taxas mensais que se registaram entre dezembro passado (25,5%), janeiro (20,6%), fevereiro (13,2%) e março (11%).
No entanto, a taxa de inflação homóloga de 289,4% atingiu um nível sem precedentes em 33 anos.
A economia argentina deverá registar uma contração de 2,8% este ano, segundo o Fundo Monetário Internacional (FMI), depois de ter recuado 1,6% em 2023.
“Estamos a esmagar a inflação”, afirmou hoje o presidente Javier Milei, pouco antes de serem anunciados os dados de abril da inflação, com os analistas a anteciparem que ficaria abaixo de 10%.
Após a divulgação dos dados oficiais, o Ministério da Economia afirmou que “a forte desaceleração” da inflação nos últimos meses “tem como base o programa económico implementado em dezembro”, quando Milei, um ultraliberal, chegou ao poder.
Na segunda-feira, o FMI saudou “os progressos mais rápidos do que o esperado na restauração da estabilidade macroeconómica” na Argentina, nomeadamente o “primeiro excedente orçamental trimestral em 16 anos”, mas sublinhou “o longo e difícil caminho a percorrer”, em particular quanto à produtividade, investimento privado e emprego formal.
O emprego informal no país atingia 45,3% em finais de 2023 e a pobreza 41,7%, de acordo com números oficiais, antes do impacto das medidas de austeridade entretanto adotadas.
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