Num comunicado a que a Lusa teve acesso, em que dá conta dos resultados de um plenário que ocorreu na quarta-feira, a Comissão de Trabalhadores (CT) reclama a “devolução dos dividendos distribuídos pelos acionistas em 2018 e retenção na empresa dos lucros obtidos em 2019 para garantir a manutenção dos postos de trabalho existentes”.
Os principais acionistas da Groundforce, empresa de assistência em terra nos aeroportos, são a TAP e o grupo Urbanos.
Além disso, na reunião, os trabalhadores mandataram a CT para responsabilizar a “gestão da empresa por conduta negligente dos seus deveres de proteção dos trabalhadores a cada caso confirmado de contaminação por coronavírus de trabalhadores ao serviço da empresa e da atividade desta”, bem como apelar ao Governo “para que seja decidido o encerramento dos aeroportos portugueses a todos os voos não essenciais e à definição de ocupação máxima por voo que respeitem as regras de condicionamento de contacto social determinadas pela DGS [Direção-Geral da Saúde]”.
O organismo apelou ainda a que não sejam distribuídos “prémios de desempenho à gestão”.
Os trabalhadores pretendem que sejam impedidos “os despedimentos dos trabalhadores precários ao serviço da empresa e da atividade desta até ao final do corrente ano e integração nos quadros permanentes da empresa no final dos contratos” e que seja cumprida uma cláusula no Acordo de Empresa, “que respeita ao pagamento do montante líquido da retribuição aos trabalhadores impedidos ou dispensados da prestação de trabalho motivada pela pandemia provocada pelo coronavírus”.
O plenário de quarta-feira pediu ainda várias medidas de proteção dos trabalhadores da Groundforce, incluindo máscaras e luvas, a suspensão do registo biométrico e a “dispensa imediata de todos os trabalhadores pertencentes aos grupos de risco definidos pela DGS”.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da Covid-19, infetou mais de 220 mil pessoas em todo o mundo, das quais mais de 9.000 morreram.
Das pessoas infetadas, mais de 85.500 recuperaram da doença.
Em Portugal, a Direção-Geral da Saúde (DGS) elevou hoje o número de casos confirmados de infeção para 785, mais 143 do que na quarta-feira. O número de mortos no país subiu para três.
Dos casos confirmados, 696 estão a recuperar em casa e 89 estão internados, 20 dos quais em Unidades de Cuidados Intensivos (UCI).
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