Em comunicado, o Sindicato dos Trabalhadores do Impostos (STI) diz tratar-se de um “protesto nacional contra a desvalorização profissional e o colapso da Autoridade Tributária e Aduaneira (AT)”.

Segundo salienta, “o principal objetivo não é o encerramento de serviços (com paralisações totais) mas, essencialmente, e através da realização de iniciativas de protesto e de paralisações pontuais e articuladas, alertar os cidadãos para o iminente colapso da AT e para a necessidade de valorizar e dignificar as funções que os trabalhadores desempenham para servir o país”.

“Os trabalhadores da AT têm assistido, na última década, a uma crescente degradação no seu funcionamento, com a saída de milhares de efetivos para a aposentação e com a execução de medidas que aparentam querer esvaziar as funções essenciais e de autoridade e que complicam procedimentos, prejudicando também os contribuintes”, sustenta o sindicato.

Neste contexto, o STI diz pretender com o protesto “criar incómodo e pressão, não nos cidadãos, mas na direção-geral da AT e no Governo”.

De acordo com o sindicato, “o período da greve parcial inicia-se a 01 de março [quarta-feira], para as primeiras três horas e últimas três da jornada de trabalho, e será renovado por iguais períodos mensais, até ao final de 2023 ou até que o STI veja as suas reivindicações atendidas”.

Sob o mote 'Sem trabalhadores da Autoridade Tributária e Aduaneira não há Estado Social', além da greve parcial o STI vai afixar ‘outdoors’ em Lisboa e no Porto, com mensagens alusivas às funções dos trabalhadores da AT, e promover, junto a serviços de finanças e aduaneiros, "ações de rua para o esclarecimento dos cidadãos".

A primeira ação de protesto decorrerá já na quarta-feira, pelas 10:00, frente à Direção de Finanças de Lisboa, seguindo-se outra no distrito de Leiria, às 10:00 de segunda-feira, frente ao Serviço de Finanças de Alcobaça e, no dia 15, também pelas 10:00, junto ao serviço de Finanças de Viseu.

Na última semana de março será a vez do Porto, com uma ação no Aeroporto Francisco Sá Carneiro, onde serão distribuídos folhetos aos cidadãos e realizados rastreios cardiovasculares aos trabalhadores para “sensibilização para os riscos a que estão sujeitos devido à sobrecarga com que se trabalha na AT e para a falta de medicina no trabalho”.

“É hora de a direção-geral e a tutela mostrarem, de uma vez por todas, respeito pelos trabalhadores! Não queremos palavras bonitas nem pancadinhas nas costas, queremos soluções, preto no branco! Queremos carreiras dignas, com perspetiva de futuro e voltar a ter orgulho nas funções que desempenhamos e na organização em que trabalhamos”, conclui o STI.