“Existe um mecanismo anticoerção recentemente apresentado pela Comissão Europeia. Uma forma de responder é a presidência francesa acelerar o texto para nos permitir reagir às medidas coercivas da China contra a Lituânia, com a qual estamos em total solidariedade”, disse o ministro dos Negócios Estrangeiros francês, citado pela agência de notícias espanhola EFE.
Jean-Yves Le Drian disse na conferência final de uma reunião dos chefes da diplomacia da UE, na cidade francesa de Brest, que os ministros condenaram os “atos de coação da China” contra as importações do Estado báltico da UE.
As medidas chinesas são uma represália contra a abertura, na capital lituana, Vílnius, de um gabinete de representação com o nome “Taiwan” em vez de “Taipé”.
A China resiste sempre a que a palavra Taiwan seja utilizada por um organismo oficial, temendo que dê legitimidade internacional à ilha, que considera parte do seu território.
Em 8 de dezembro, a Comissão Europeia propôs um novo instrumento jurídico para sancionar, se necessário, os países que tentam exercer pressão política sobre a UE através de coerção económica ou comercial.
Na mesma conferência de imprensa, o Alto Representante da UE para os Negócios Estrangeiros, Josep Borrell, disse que os ministros discutiram as ações chinesas contra a Lituânia e o seu impacto nos outros Estados-membros.
Borrell disse também que os chefes da diplomacia da UE falaram sobre as relações entre a UE e a China, e a influência de Pequim na organização internacional.
O Alto Representante anunciou ainda que se realizará uma cimeira UE-China provavelmente no final de março, que será uma oportunidade para se deslocar ao gigante asiático.
“Será uma cimeira importante, para rever onde estamos na relação com a China. Algumas coisas estão a correr bem, outras menos bem”, comentou o antigo ministro dos Negócios Estrangeiros espanhol.
A última cimeira UE-China foi realizada por videoconferência em junho de 2020, entre os presidentes das instituições da UE e os líderes chineses.
Sobre a nova iniciativa de desenvolvimento global de Pequim, Borrell disse que reflete o “desejo da China de se projetar no mundo”.
Há “necessidade de permanecer vigilante a fim de saber como afeta os nossos interesses e o nosso papel no mundo”, acrescentou o Alto Representante da UE.
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