As tecnologias emergentes estão a revolucionar o mundo do trabalho. A automação já é uma realidade e começa já a ter impacto em vários aspetos do nosso dia-a-dia, tais como a forma como trabalhamos, as ferramentas que utilizamos, as tarefas que fazemos, modos de entrega e até, modelos de negócio. Os efeitos deste fenómeno são mistos. Da mesma forma que a automação dos serviços pode aumentar em larga escala a eficácia e acessibilidade dos mesmos, está também a criar um fosso no que diz respeito à empregabilidade. Por um lado há uma série de postos de trabalho que se tornam obsoletos, por outro há uma incapacidade de preencher vagas que agora surgem. Isto porque, as competências que essas novas vagas exigem não são as mesmas que trabalhadores demonstram: competências digitais.

Segundo o IDES (Índice de Digitalidade da Economia e da Sociedade), em 2019, na Europa, percentagem de pessoas com competências digitais básicas não chega aos 60%. Uma grande parte da população da União Europeia ainda carece de competências digitais básicas, embora a maioria dos empregos exija essas competências. 64% das grandes empresas e 56% das PME que recrutaram especialistas em TIC (Tecnologias da Informação e Comunicação) durante 2018 relataram que as vagas para especialistas em TIC são difíceis de preencher. 

Apesar de ao longo dos últimos anos, e de acordo com dados anteriores à pandemia, a pontuação de Portugal tenha aumentado em consonância com a média da EU, o país ocupa o 19º lugar entre os 28 Estados-Membros da UE no IDES. Registam-se progressos na dimensão do capital humano, graças a uma melhoria no nível básico de competência digitais e uma maior percentagem de licenciados em TIC. Contudo, o país continua a registar um mau desempenho de acordo com os padrões europeus em matéria de capital humano.

Em novembro de 2020, a Comissão Europeia lançou o Pact for Skills [Pacto para Competências], que visa mobilizar e incentivar todas as partes interessadas a assumir compromissos concretos de requalificação e, quando relevante, reunir esforços através de parcerias. Assim, desafia também a indústria, os empregadores, os parceiros sociais, as câmaras de comércio, as autoridades públicas, os fornecedores de educação e formação e as agências de emprego a trabalharem em conjunto e a assumirem o compromisso claro de investir na formação de todas as pessoas em idade ativa em toda a União.

Esta solução passa pelas práticas conhecidas como Upskilling e Reskilling. Estes são termos que vêm da palavra skill, que significa competência em inglês. Assim, Upskilling significa o desenvolvimento de competências que já se tenha, enquanto Reskilling designa a aprendizagem de novas competências. 

Em Portugal, a APDC, em parceria com o Governo, os Institutos Politécnicos e o IEFP, lançou o programa Upskill que pretende formar três mil pessoas na área das TIC ao longo de três anos, através de cursos com a duração de seis meses em ambiente letivo, fornecidos pelos Institutos Politécnicos e o ISCTE, seguido de três meses de estágio em empresa aderente, com forte possibilidade de entrada subsequente nos seus quadros.

São 18 empresas envolvidas na primeira edição deste programa, que arrancou com 500 vagas. Estas empresas, como é o caso da Accenture, Altran, Axians, CEiiA, CI&T, Deloitte, DXC Technology Portugal, Experis, Extrabite, GFI, Indra/Minsait, Joyn, Microsoft, Outsystems, Promopcmkt, Softinsa (IBM), Zarph ou da OutFit, assinaram contratos que estipulam que, além da formação de três meses em contexto real de trabalho, poderão contratar alguns dos formandos, com uma garantia de salário de 1200 euros.

Este programa é desenhado para responder às necessidades das empresas, pelo que cada formação é desenhada para suprimir as necessidades de Recursos Humanos que estas demonstrem. Caso tenha uma empresa e precise de talentos com um conjunto de habilidades específicas, pode fazer parceria com a UPskill. Nesse âmbito, a Startup Portugal convida-o a participar no inquérito preparado para melhor compreender as atuais necessidades. 

Para conhecer mais sobre o programa e parte das empresas aderentes, pode também assistir webinar em que participa a APDC e três das maiores startups tecnológicas de Portugal, OutSystems, Landing.Jobs e a Unbabel.

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