“Este aumento das transações no mercado de compra e venda de casas foi acompanhado pelo aumento da procura por parte de novos compradores, bem como pela melhoria das expectativas, quer relativamente às vendas, quer à procura”, revelou o mais recente inquérito PHMS, indicando que tal dinâmica verificou-se nas três regiões analisadas - Lisboa, Porto e Algarve.
Com base nas respostas de 150 inquiridos de empresas do setor imobiliário, prevê-se que o crescimento da atividade de compra e venda de casas “se intensifique ainda mais nos próximos três meses, superando mesmo as previsões anteriores”.
Para o economista do Royal Institution of Chartered Surveyors (RICS) Simon Rubinsohn, o ritmo recorde da venda de casas, registado em março deste ano, reflete a melhoria do contexto económico do país, nomeadamente a descida da taxa de desemprego e a melhoria consistente no mercado de trabalho ao longo dos últimos 12 meses, coincidindo com um aumento acentuado na confiança dos consumidores.
De acordo com o inquérito PHMS, a colocação de novos imóveis no mercado não está a acompanhar o ritmo de crescimento da procura de casa para comprar, “um desajuste que continua a impulsionar a subida de preços, que em março mantiveram um ritmo de subida semelhante ao registado em fevereiro”.
Os empresários do setor imobiliário, inquiridos no PHMS, antecipam que, “ao longo dos próximos 12 meses, as subidas de preços mais significativas devam acontecer na região do Algarve”.
“Numa perspetiva de longo prazo, a expectativa é que, ao longo dos próximos cinco anos, se venha a assistir à convergência do ritmo de crescimento de preços verificado no Algarve e em Lisboa, sendo que, no caso do mercado do Porto, a expectativa é mais modesta”, de acordo com a opinião dos inquiridos.
Em relação ao mercado de arrendamento, o valor das rendas registou “uma nova subida ao longo do mês de março e a um ritmo mais rápido”, avançou o inquérito PHMS, concluindo que a escassez da oferta disponibilizada pelos proprietários continua a impulsionar a comportamento das rendas.
Segundo o diretor da empresa de informação Confidencial Imobiliário, Ricardo Guimarães, o declínio contínuo das expectativas quanto ao número futuro de novos contratos de arrendamento está a acontecer “a par de um forte aumento da atividade de concessão de crédito, sugerindo que os potenciais arrendatários começam talvez a considerar os empréstimos como uma alternativa”.
“No futuro, tal pode reduzir a pressão sobre as rendas, que tem sido impulsionada pela falta de oferta», avançou Ricardo Guimarães.
O PHMS é um inquérito mensal realizado em parceria entre a Confidencial Imobiliário e o RICS, para publicação de um Índice de Confiança e de Expectativas nas regiões metropolitanas de Lisboa, do Porto e do Algarve.
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