O projeto de lei que o BE vai dar entrada no parlamento visa acabar com um regime de atribuição de vistos que, segundo este partido, desde a sua criação, só criou emprego em nove ocasiões, num universo de mais de 5.000 casos.
“Os vistos ‘gold’ foi dito que era uma forma de atrair investimento para Portugal, isso está provado que não é verdade. Dos mais de 5.000 vistos ‘gold’ que foram pedidos, só nove serviram para criar emprego, a generalidade dos vistos ‘gold’ são transferências de capital ou compra de imobiliário”, afirmou Catarina Martins, em Faro, à margem da sua participação numa concentração de trabalhadores rodoviários do Algarve em greve por melhores salários.
A coordenadora do BE argumentou que o regime de vistos ‘gold’ tem apenas “dois efeitos, um é aumentar o preço das casas, a especulação imobiliária”, que a dirigente partidária qualificou como “um problema muito grande em Portugal”.
“A outra, como vários observatórios internacionais já chamaram a atenção, é fazer de Portugal um bom local para a lavagem de dinheiro”, completou Catarina Martins, advogando pela necessidade de “acabar com um esquema que não trás nada ao país, a não ser crime económico e especulação imobiliária”.
Catarina Martins afirmou que “todas as pessoas são bem-vindas” a Portugal, provenientes “de todos os pontos do mundo”, mas o BE considera que o país “não pode abrir as portas a um esquema que está provado que só cria especulação imobiliária e abriga crime económico”.
E tudo isto “ao mesmo tempo que quem já trabalha em Portugal” e é oriundo de um país estrangeiro vê “o SEF [Serviço de Estrangeiros e Fronteiras] não responder há anos” às suas solicitações.
“Espero que a proposta seja aprovada, porque não há nenhum indicador que explique a manutenção”, respondeu Catarina Martins, ao ser questionado sobre o que espera que aconteça quando a medida de acabar com os vistos ‘gold’ for votada na Assembleia da República.
A dirigente partidária esteve hoje de manhã em Faro, a participar na concentração de trabalhadores de empresas do grupo de transporte rodoviário algarvio EVA para pedir melhores salários e igualdade entre profissionais com o mesmo serviço.
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