Os resultados definitivos da sessão indicam que o índice seletivo Dow Jones recuou 0,87% e o alargado S&P500 cedeu 0,69, ao passo que o tecnológico Nasdaq ganhou 0,05%.

A sessão tinha começado em baixa, devido à acentuada queda bolsista do Credit Suisse, depois de o banco nacional saudita ter dito que não elevaria a sua participação na instituição helvética.

O Dow Jones, onde a banca tem uma presença forte, foi particularmente afetado e esteve a recuar 2,25%.

Mas Wall Street recuperou depois do anúncio de conversações entre as autoridades suíças e o Credit Suisse para encontrar uma solução para a crise de confiança que afeta o banco, já envolvido em vários escândalos e a sofrer perdas desde há anos.

O banco central suíço anunciou, ao final do dia, que estava pronto para colocar liquidez à disposição do banco de Zurique, “em caso de necessidade”.

Jack Ablin, da Cresset Capital, destacou: “Só h+a dois grandes bancos suíços. Não os estou a ver deixar um falir. É a perceção dos investidores”.

Neste contexto de alívio no final do dia, o Nasdaq conseguiu mesmo acabar com ganhos, sustentado pelos títulos com mega capitalizações, como Alphabet (+2,44%), Microsoft (+1,78%) e Meta (+1,92%).

Além da sua capitalização, os dois primeiros beneficiaram dos anúncios que fizeram relativos à inteligência artificial dita generativa, enquanto a cotação da Meta tem estado a beneficiar do anúncio de despedimento de 10 mil pessoas, feito na terça-feira pelo presidente executivo, Mark Zuckerberg.

Ao contrário, o Dow Jones sofreu com as desvalorizações dos bancos Goldman Sachs (-3,09%) e JPMorgan Chase (-4,72%).

“As transações estão submetidas às emoções e os investidores estão em alerta máximo e atentos a todas as novidades relativa aos bancos, porque estão muito interligados”, apontou Jack Ablin.

Já em queda desde segunda-feira, os bancos regionais californianos First Republic e PacWest, voltaram a recuar, desta vez, respetivamente 21,37% e 12,87%.

Mas, alguns estabelecimentos que tinha perdido valor no início da semana, recuperaram hoje parte dessas perdas, como o Western Aliance, que ganhou 8,30%, ou o Comerica, que progrediu 3,06%.

“Há alguma apreensão com a possibilidade de uma falência causar outra”, adiantou Jack Ablin. “Mas não penso que isso vá acontecer, porque a qualidade dos ativos é muito boa e as falências (ocorridas) deveram-se aos dep+ossitos. Portanto, é uma situação muito diferente da crise financeira”, de 2008-2009.

Outro problema para o Dow veio das petrolíferas, devido à derrapagem da cotação do barril, para níveis desconhecidos desde dezembro de 2021. Todas as integrantes do índice fecharam com perdas, a saber Chevron (-4,33%), ExxonMobil (-4,97%) e Occidental Petroleum (-5,63%).

De resto, foi todo o setor das matérias-primas a ficar deserto, como as aciarias US Steel (-9,65%) e Cleveland-Cliffs (-8,88%), com os investidores a recearem uma baixa da economia e da procura.

Mas, apesar da turbulência no setor bancário, a praça nova-iorquina está a limitar perdas desde sexta-feira.

“Não penso que se vá assistir a uma vaga de vendas”, antecipou Jack Ablin, apontando que, em todo o caso, “não há compradores”.